O que é feminismo?
O feminismo é um movimento social e político que revela e critica a desigualdade entre sexos e gêneros ao mesmo tempo em que reivindica e promove os interesses e direitos das mulheres. É um movimento que surge como resultado da conscientização das mulheres sobre sua condição de subordinada na sociedade.
No entanto, hoje ainda há uma grande confusão em relação a esse termo. É comum encontrarmos na mídia frases em que feminismo é tomado como sinônimo ou antônimo de machismo, o que está errado em ambos os casos.
Neste artigo, estudaremos esse conceito, até explicarmos por que feminismo e machismo não são termos comparáveis.
História: as três ondas do feminismo
Os movimentos de luta pela igualdade nasceram no século XVIII, ligados à Revolução Francesa. Embora seja um século depois que nasce o conceito de mulher emancipada.
Desde então, o feminismo tende a ser visto como uma sequência de ondas históricas, embora devamos ter em mente que essas etapas foram precedidas por obras de natureza feminista, mesmo antes do surgimento do termo “feminismo”.
- A primeira onda surgiu ao longo dos séculos XIX e XX, principalmente na Inglaterra e nos Estados Unidos. Durante este primeiro período, as mulheres lutaram pelos direitos no casamento e, posteriormente, pelo direito ao voto (sufrágio).
- A segunda onda concentra-se na reivindicação de direitos; familiar, sexual, laboral e reprodutivo.
- A terceira onda (que vai de 1990 até os dias atuais) busca corrigir os erros da segunda onda: mostrar que as mulheres podem se desenvolver em múltiplos espaços, correr riscos, ser competitivas e independentes. Esta onda está relacionada com a libertação das mulheres. Baseia-se na solidariedade e no apoio: na irmandade.
Pontos básicos para entender o feminismo
Em primeiro lugar, e como mencionamos anteriormente, o feminismo tem uma longa história, não é algo novo. Portanto, é preciso saber posicionar o movimento em cada momento histórico e entender seu nascimento e evolução para entender como ele está se desenvolvendo atualmente.
Da mesma forma, para entender o feminismo, o principal é entender que ele não busca a superioridade das mulheres sobre os homens, mas sim a igualdade nos aspectos sociais, culturais e econômicos.
Quando se fala de igualdade de direitos, os homens têm um papel muito importante no feminismo, o que também os torna parte do movimento.
O feminismo defende que somos todos diferentes, não busca que mulheres e homens sejam iguais, mas sim que existam direitos e oportunidades iguais para ambos.
O feminismo não está relacionado com a forma de vestir: defende que as mulheres têm a liberdade de escolher o que decidem vestir.
Tipos de feminismo
Apesar das origens e bases que estabeleceram o movimento feminista, na atualidade ele também vem se dividindo e adquirindo diferentes características em diferentes setores da sociedade.
Assim, surgiu o feminismo radical, que goza de grande popularidade e está relacionado ao anticapitalismo, marxismo, ambientalismo, antimilitarismo, antirracismo, antiliberalismo e pacifismo. É o movimento que defende que temos que lutar contra o patriarcado, o sistema que prevalece em grande parte do mundo.
Há também o feminismo abolicionista. Ele assume as características do feminismo radical e, além disso, se posiciona abertamente contra a prostituição, a pornografia e a barriga de aluguel.
Por outro lado, o chamado transfeminismo, relacionado à teoria queer, vem ganhando força. Defende que tanto o gênero quanto o sexo biológico são construções sociais.
O feminismo de igualdade compartilha com os anteriores a ideia de que os papéis de gênero não existem e que são uma consequência da educação e cultura que recebemos ao nascer. Baseia-se na ideia de Simone de Beauvoir de que “ Não se nasce mulher, torna-se mulher”.
No entanto, o feminismo da diferença, diferentemente do feminismo de igualdade, não defende uma dualidade que deve ser equiparada, mas reivindica a natureza feminina com características próprias: “ ser mulher é bonito ”. Esse movimento floresceu na França e nos Estados Unidos durante a década de 1970.
Há também o feminismo socialista. Ele sustenta que as mulheres sofrem opressão não apenas do patriarcado, mas do capitalismo. Ele argumenta que as mulheres são um grupo como tal, uma classe social.
Por sua vez, o ecofeminismo sustenta que o patriarcado equipara as mulheres com a natureza e exerce uma força de superioridade, exploração e opressão contra ambos. As mulheres são entendidas como a força motriz por trás de uma revolução ecológica.
Além disso, o feminismo filosófico explica que a filosofia deve ser revisada porque deixa de fora as autoras e suas ideias, o que cria um viés de gênero nessa disciplina acadêmica ao longo do tempo.
Por fim, o feminismo factual ou feminismo científico defende a igualdade de oportunidades, reconhecendo que existem diferenças biológicas entre homens e mulheres. Assume essas diferenças sem que isso seja um impedimento para alcançar a igualdade efetiva.
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