O sedentarismo pode acelerar a perda de memória

Atualmente, há cada vez mais pessoas que, apesar de fazerem exercícios físicos, levam uma vida sedentária na maior parte do tempo. Você já se perguntou a respeito das consequências desse estilo de vida para a saúde do cérebro? Continue lendo para saber mais.
O sedentarismo pode acelerar a perda de memória
María Vélez

Escrito e verificado por a psicóloga María Vélez.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Em geral, a atividade física apresenta muitos benefícios para a saúde, especialmente quando se trata da estrutura e função do cérebro. Embora em menor medida, os cientistas começaram a pesquisar as consequências do sedentarismo nesses mesmos aspectos. Isso porque muitas pessoas, apesar de fazerem exercícios físicos, levam uma vida sedentária no restante do dia.

Alguns estudos até sugerem que o sedentarismo pode ser um fator de risco para o desenvolvimento do declínio cognitivo relacionado à idade.

Eles sugerem que 13% dos casos de Alzheimer em todo o mundo podem ser atribuídos ao sedentarismo. Assim, reduzi-lo em 25% poderia impedir mais de um milhão de casos.

Como o sedentarismo e a cognição estão relacionados?

Como o sedentarismo e a cognição estão relacionados?

No declínio cognitivo, a atrofia ocorre em uma área do cérebro chamada lobo temporal médio, associada ao comprometimento da memória e à doença de Alzheimer. Assim, em muitos estudos, pesquisadores observaram que a atividade física afeta o estado dessa região, principalmente o do hipocampo.

É essencial para o funcionamento adequado do cérebro que você tenha um fluxo sanguíneo adequado, o que promove o desenvolvimento de novos neurônios e retarda a deterioração.

Enquanto a atividade física o aumenta, o sedentarismo altera o controle glicêmico e, portanto, diminui o fluxo sanguíneo. De fato, os estudos verificaram que em apenas 5 anos ele leva a uma diminuição na quantidade de substância branca.

Evidência

Um estudo recente liderado pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) estudou os efeitos do sedentarismo em áreas relacionadas à memória. Para fazer isso, os pesquisadores se concentraram não apenas no tempo gasto em atividade física, mas também na quantidade de tempo que uma pessoa saudável passa sentada.

Para essa pesquisa, eles avaliaram 49 pessoas saudáveis com idade média de 60 anos. Depois de preencher uma série de questionários sobre seu nível de atividade física e horas que passam sentados, eles foram submetidos a uma ressonância magnética e a testes neuropsicológicos. Com isso, os pesquisadores observaram a espessura do córtex cerebral e o desempenho de funções cognitivas, como a memória.

No estudo, eles descobriram que as pessoas sedentárias apresentavam um córtex cerebral mais fino em algumas áreas especificamente relacionadas à memória.

Portanto, eles sugerem que o sedentarismo prediz o desempenho nessas funções de uma forma mais precisa do que a prática de exercícios. Assim, mesmo um alto nível de atividade física não é suficiente para compensar o efeito de ficar sentado por longos períodos de tempo.

Mulher correndo na rua

O que fazer em relação a isso?

Apesar dessas descobertas, o exercício físico sempre é recomendado. Evidências científicas demonstram que ele melhora o desempenho das funções cognitivas, a vascularização cerebral e a neurogênese.

Além disso, muitas atividades afetam o rendimento cognitivo, como ler, aprender idiomas, jogar jogos intelectuais e até interagir com outras pessoas. No entanto, os profissionais recomendam manter um estilo de vida saudável e ativo. Procure caminhar até o seu destino e escolha as escadas ao invés do elevador sempre que possível.

Seguindo esses conselhos, você não apenas melhorará as suas habilidades, mas também se sentirá melhor e aproveitará seu tempo ao máximo!


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.