
A busca por diferentes formas de tratar a dor tem sido constante na história. Os analgésicos opiáceos já eram utilizados de forma natural há muito tempo, obtidos a partir da planta do ópio. Em 1806, a morfina foi isolada pela…
O tratamento com pregabalina demonstrou eficácia ao controlar a dor neuropática e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Neste artigo, você vai descobrir detalhadamente seus efeitos e seu mecanismo de ação.
A pregabalina, também comercializada como Lyrica, é um antiepilético utilizado para o tratamento da dor neuropática em transtornos como a neuropatia diabética e a neuralgia pós-herpética.
Atualmente, a dor neuropática é um dos grandes desafios das unidades de saúde. Isso se deve à sua resistência aos tratamentos analgésicos comuns e ao desconhecimento associado às patologias causadoras.
Vejamos, então, o que é a pregabalina, para que é utilizada, como age e quais podem ser seus efeitos colaterais.
A pregabalina é um análogo do ácido gama-aminobutírico, ou GABA. O GABA é o principal neurotransmissor inibidor do sistema nervoso central, e sua função é acalmar a atividade cerebral.
Embora a pregabalina seja um fármaco antipilético, também está classificada dentro dos fármacos neuromoduladores. Surgiu a partir da gabapentina, com uma indicação específica para a dor neuropática periférica.
É um medicamento com farmacocinética linear, que não varia apenas individualmente. Não se liga às proteínas plasmáticas, não é metabolizada nos rins e é excretada na urina. Estas características fazem com que ela tenha poucas interações com outros fármacos.
Os efeitos analgésicos da pregabalina começam a se manifestar nos primeiros dias de tratamento e se mantêm a longo prazo.
A pregabalina, de acordo com sua ficha técnica, é indicada para o tratamento de:
O tratamento com pregabalina demonstrou eficácia diante do placebo, através de uma dose independente, pois controla a dor, melhora o sono e melhora muitos dos parâmetros da qualidade de vida dos pacientes com dor neuropática.
É especialmente útil no tratamento da neuropatia diabética e da neuralgia pós-herpética.
A pregabalina é uma ligação de uma subunidade auxiliar dos canais de cálcio dependentes de voltagem no sistema nervoso central, embora seu mecanismo de ação exato não seja conhecido.
Seu efeito analgésico deve-se à sua capacidade de se unir a esta subunidade proteica, com maior afinidade que a gabapentina, outro antipilético utilizado para a dor neuropática crônica e para a fibromialgia em adultos. Portanto, seus perfis farmacológicos são similares.
Ao se unir a esta subunidade, modula a entrada dos íons de cálcio através dos canais dependentes de voltagem e, portanto, diminui a liberação de neurotransmissores excitatórios como o glutamato, a noradrenalina e a substância P.
Isso se traduz em uma diminuição da excitabilidade neuronal de distintas áreas do sistema nervoso, principalmente daquelas relacionadas com patologias como a dor neuropática, a epilepsia ou a ansiedade.
Embora seja um análogo do ácido gama-aminobutírico ou GABA, não interage com receptores GABA-A nem B, e também não afeta a recaptação do mesmo. Portanto, não pode desenvolver ações gabaérgicas.
As reações adversas mais frequentes no tratamento com pregabalina são:
Apesar dessa lista de possíveis efeitos colaterais, convém dizer que a maioria deles são transitórios e bem tolerados pelos pacientes. As taxas de abandono do tratamento são mínimas.
Em alguns pacientes, foram observados sintomas de abstinência após a interrupção do tratamento com pregabalina. Por isso, recomenda-se ir diminuindo a dose pouco a pouco para evitar possíveis complicações.