Saudade

Saudade

Última atualização: 29 agosto, 2017

Às vezes a distância é apenas uma questão geográfica. O amor e o afeto, quando genuínos, tornam a quilometragem irrelevante.

Saudade não se define, apenas se sente…

Não importa de quem. Cada um tem seu jeito próprio de senti-la, de se libertar e de se curar. Em certos momentos, o sofrimento é generalizado. Outras vezes a dor está dentro de nós, e não sabemos exatamente onde. Nem com ressonância magnética conseguimos mapear a saudade. Não importa como  se manifesta, ela dói, dói…

Saudade, tamanha é a intensidade e a devastidão  que nos causa que conduz à dor. Parece vendaval, arranca e carrega tudo pelos ares. Deixa-nos áridos, assola-nos… Tira-nos do prumo,  do chão, dos amigos, da vida; rasga-nos e dilacera-nos por dentro e por fora. Fica estampada e escrita na testa.

Saudade do ex

Saudade nos faz quase enlouquecer e achar que nunca mais haverá recuperação ou volta ao normal. Dói sentir falta. Dói perceber que o tempo está dissolvendo as feições e as lembranças. Dói não ter por quem esperar. Doem os beijos calados, silenciosos,  reveladores dos segredos. Dói o abraço que ficou vazio e solitário. Doem a palavra não dita e o amor não demonstrado plenamente. Dói tudo.

Saudade nos toma tempo, invade espaços e requer compreensão e maturidade

Lembramo-nos de situações divididas, gestos, falas… Porém, a sensação de estarmos com a pessoa amada não conseguimos vislumbrar, pois a saudade também está na pele, no toque, no contato… Os vestígios, as marcas da pessoa ficaram tatuadas e impregnadas em nós. Estão em todo nosso ser, refletindo a impossível concretização da lembrança.

Saudade do passado

Saudade das coisas sonhadas, planejadas, ditas, compartilhadas; da vontade genuína que brotava todas as vezes na iminência do encontro; da possibilidade de transmitir e levar o que se tem de melhor à pessoa amada; do cheiro, da voz, do sorriso aberto e doce, dos afagos e dos olhos que ficaram sem brilho. Saudade daquelas tardes maravilhosas que não voltam mais, que aos poucos perdem o colorido e o significado.

Não adianta o consolo dos amigos, nem querer se distrair, fazer de conta que o sentimento não existe, meter a cabeça no trabalho até a exaustão, viajar… Não há solução. A saudade continua lá. Inseparável, grudenta, irredutível e latente, ela machuca, feito calo apertado pelo sapato de bico fino. É insuportável! Tentamos trazer  ao presente fatos passados e guardados na memória, alguns deles nítidos e próximos, outros já se decompondo. A vontade é revivê-los, sem espaços, sem interrupção… Mas, quem diz que conseguimos?


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