13 sinais de que você é autossexual

Há pessoas que sentem uma atração maior por si mesmas do que pelos outros. Essa preferência também se estende à área da sexualidade. Fornecemos a você mais informações no texto a seguir.
13 sinais de que você é autossexual
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 21 junho, 2023

Você já deve ter se perguntado quais são os sinais de ser autossexual. Essa curiosidade ou necessidade de se conhecer melhor nessa área é fomentada por um avanço da nossa cultura. Há pouco tempo parecia haver espaço apenas para um tipo de sexualidade, mas agora outros tipos de identidades e modos de viver, de sentir e de se relacionar estão se normalizando.

A autossexualidade define as pessoas que são atraídas por si mesmas e que obtêm maior prazer com a masturbação. Essa orientação cai dentro de um espectro; ou seja, haverá quem seja feliz com o parceiro e há quem opte por uma “exclusividade” rigorosa e satisfatória: “melhor comigo mesmo do que com qualquer outra pessoa”. Vamos mergulhar neste interessante recurso.

Como saber se sou autossexual?

Vivemos em uma sociedade que nos impõe o que é normativo e o que não é. Isso nos leva a supor que o comportamento sexual sempre parte de uma atração por outras pessoas diferentes de nós, facilitando nossa conexão. Agora, pensar que alguém sente desejo e excitação por si mesmo chama a atenção.

Existe um livro muito interessante chamado Ace: What Asexuality Reveals About Desire, Society, and the Meaning of Sex, da jornalista Angela Chen, que aborda sua própria experiência.

Muitos autossexuais às vezes consideram que há um problema físico ou mental com eles. Mas, na verdade, isso não é assim. A autossexualidade é mais uma forma de viver a sexualidade e é mais diversa do que pensamos. Então, como saber se sou autossexual? A seguir apresentamos alguns sinais.

1. Você fica excitado olhando para o seu próprio corpo

Você gosta de se olhar, contemplar seu rosto, seu físico e suas formas diante do espelho. O prazer é tanto que você costuma se sentir excitado, e essa sensação intensa e repentina o deixa inquieto por um tempo. Aos poucos, você descobre que é mais gratificante contemplar o seu corpo do que o das outras pessoas, por mais atraentes que sejam.

2. Você prefere a masturbação a outras práticas sexuais

Em um estudo publicado pela East China Normal University, em Xangai, ele aponta que a masturbação é uma prática comum entre a maioria das pessoas, independentemente de terem ou não um parceiro. Assim, os autossexuais encontram maior prazer nessa prática e não tanto em experiências compartilhadas com outras pessoas. O autoprazer é o mais satisfatório.

3. Você se deseja mais

A autossexualidade não exclui completamente outros potenciais parceiros sexuais. No entanto, você sente mais prazer e conexão na solidão, em contato com seu próprio corpo e admirando-se. É uma experiência que você sempre sentiu e que fica mais evidente na adolescência.

4. Você tem fantasias sexuais sobre si mesmo

Outro sinal de autossexualidade é enviado pelo universo dos sonhos. No material de suas fantasias, a figura que sempre aparece é você mesmo. Às vezes pode aparecer outra pessoa, mas no seu consciente e inconsciente a maior fonte de desejo e atração é a sua própria pessoa.

5. Você pode ter parceiros e ser feliz

Como apontamos, essa identidade sexual se enquadra em um espectro e é comum que muitas pessoas tenham, por sua vez, uma relação sexual-afetiva estável e feliz. Desejar a si mesmo não exclui também desejar outra pessoa.

Nesses casos, conseguem-se vínculos bastante satisfatórios, desde que haja bom conhecimento e comunicação sobre essa característica.

6. Por um tempo você achava que tinha um problema

Por que me sinto excitado ao me olhar no espelho? Como é possível que eu fantasie tantas vezes comigo mesmo e não com aquele desejável colega da faculdade? A autossexualidade não constitui nenhum distúrbio psicológico.

Por exemplo, em um estudo publicado na revista PLOS ONE, eles apontam que há uma clara distinção entre interesse sexual/transtorno de excitação e assexualidade. Eles não são o mesmoso. Portanto, não é necessário patologizar um comportamento que nada mais faz do que expressar outra forma de sentir a identidade sexual.

7. Você pode amar outras pessoas

Desejar a si mesmo não exclui poder amar os outros. Muitas vezes, assume-se que essa característica implica não sentir amor e conexão emocional, o que não é verdade. Portanto, lembre-se, você tem um dom muito especial e é ser atraído por si mesmo, sendo capaz de amar os outros.

Muitas pessoas encontram alívio ao saber que o que sentem e sua forma de vivenciar a sexualidade tem um nome.

8. Ser autossexual significa aproveitar o tempo com você

Viagens sozinho, fins de semana em casa sem ninguém, dormir sozinho, curtir esses momentos consigo mesmo. A autossexualidade também significa preferir, em muitos casos, ficar sozinho do que com outras pessoas. Isso não significa que você evite o convívio, porque também gosta e se diverte, mas opta mais por aqueles momentos sem companhia.

9. Você frequentemente sente o estigma da autossexualidade

Hoje em dia, nada é tão comum quanto assumir que existem múltiplas identidades de gênero e preferências sexuais. No entanto, o coletivo LGTBIQ ainda resiste em incluir o “A” na sigla, por falta de compreensão da própria autossexualidade. Eles acreditam que é uma forma de narcisismo e não outra identidade sexual. Isso muitas vezes frustra e contradiz a pessoa autosexual.

10. Autossexualidade não é ser narcisista

É importante esclarecer esse aspecto: os autossexuais não são o mesmo que  os narcisistas. Como nos explica um artigo emBorderline Personality Disorder and Emotion Dysregulation, um narcisista define um padrão de personalidade muito patológico e o impacto nos outros é imenso.

São pessoas hipersensíveis, instáveis, com uma autoestima contingente, agressivas, manipuladoras e com alto nível de raiva interna. A pessoa autossexual não causa nenhum dano psicológico aos outros. Sentir desejo sexual por si mesmo não significa que você não aprecie, respeite ou saiba cuidar das relações interpessoais.

11. Você tem medo de ser julgado

Se há algo que o preocupa e incomoda, é que os outros não entendem como você se sente em relação à sexualidade. É verdade que isso faz parte da nossa intimidade, mas enquanto outras pessoas podem ser muito abertas na hora de expressar seus gostos e preferências, você sempre viu uma cerca nesse sentido.

12. Você não sente atração por pornografia

O conteúdo adulto não é do seu interesse, pois não gera muita excitação sexual. Aos poucos você descobriu que se olhar no espelho é mais excitante do que ver pornografia online.

13. Você sempre se pergunta se existem pessoas como você

Existem mais pessoas que preferem a masturbação a outro tipo de prática sexual? Haverá mais alguém que sente o mesmo que eu ao me olhar no espelho? Nós sabemos, você passou muito tempo pensando que sua maneira de viver o erotismo e a sexualidade era algo bizarro. Agora você sabe que não acontece nada, existem muitos autossexuais e não é algo exclusivo de você.

Os autossexuais podem se deparar com muitos desafios e um deles é expressar sua forma de viver a sexualidade para seus potenciais parceiros.

Ser autossexual: vida romântica e relacionamentos íntimos

Ser autossexual não briga com ter um parceiro e se apaixonar. Essa identidade sexual molda um amplo espectro. Há quem não consiga amar e desejar os outros e há quem consiga manter uma relação estável.

No entanto, é necessário levar em conta uma série de chaves. A primeira é não ter medo de expressar como você se sente em relação à sexualidade. O seguinte é ter uma comunicação aberta com seus potenciais parceiros, para que a intimidade de ambos seja satisfatória. Por fim, busque apoio de grupos autossexuais. Isso permitirá que você entenda melhor e até obtenha conselhos valiosos sobre o assunto.

Hoje temos mais informações e recursos para entender a autossexualidade. Se você tiver dúvidas ou estiver lidando com um desafio pessoal ou interrelacional, entre em contato com profissionais. Existem psicólogos especializados na comunidade LGTBIQ que podem te ajudar.


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