Terapia com golfinhos: benefícios e controvérsias

Terapia com golfinhos: benefícios e controvérsias
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 11 julho, 2024

As terapias com animais confirmaram ser extremamente úteis para aliviar sintomas de diversos tipos de doenças e patologias. A terapia com golfinhos é uma delas, utilizada para tratar pessoas com disfunções físicas ou psíquicas. A terapia amparada em golfinhos é realizada em centros especializados ou áreas habilitadas de parques aquáticos, onde médicos e psicólogos ajudam o golfinho e o paciente.

Segundo os defensores desta prática, a terapia é recomendada devido aos seus efeitos calmantes, além de promover o desenvolvimento da atividade mental em pessoas doentes.

No que consiste a terapia com golfinhos?

A terapia com golfinhos envolve um paciente, um golfinho (que costuma ser da espécie “nariz de garrafa”) e uma equipe formada, geralmente, por psicólogos e/ou médicos. Trata-se, portanto, de uma terapia aquática na qual se enfatiza a atividade sensorial.

Criança fazendo terapia com golfinhos

Costuma ser aplicada em crianças com características especiais, como o autismo ou distúrbios motores. No entanto, este tipo de terapia também é realizado em adultos com diagnóstico de depressão ou estresse pós-traumático.

A terapia tem diversas formas, durações e lugares. Existem parques aquáticos, por exemplo, que realizam este tipo de terapia em programas de interação individual e personalizados (em função das necessidades das crianças). Outros centros são especializados em diferentes terapias, entre elas, as que incluem o tratamento com golfinhos. Em alguns centros, inclusive, o programa é desenvolvido de maneira virtual, graças ao recente acesso da realidade virtual.

Esta terapia se originou devido a alguns estudos ingleses realizados com crianças com autismo que foram beneficiadas pela natação com golfinhos. Posteriormente, o médico americano John C. Lilly realizou experiências com golfinhos acompanhados de crianças com disfunções psíquicas. Através de um encefalograma realizado a posteriori, Lilly determinou que a sua linguagem, o humor e o movimento eram beneficiados por essa experiência.

Do mesmo modo, o cientista David Cole atribuiu ao som do golfinho frequências ultrassônicas que estimulam o sistema nervoso central.

Existem, por outro lado, outras experiências que relacionam este sistema de comunicação dos cetáceos com a rede neural humana.

Quais são os benefícios da terapia com golfinhos?

Além daqueles já descritos, a terapia com golfinhos conta com diversos benefícios, de acordo com seus defensores. Entre eles estão o incentivo da produção de endorfinas pela ação das ondas ultrassônicas, o que afeta bastante o humor do paciente. Graças a essa ação, também seria possível aliviar os transtornos de déficit de atenção ou de ansiedade. Com relação aos benefícios físicos, a união do entorno aquático e a presença do animal podem ajudar a acalmar a dor causada por lesões físicas ou as sequelas do vício em diferentes drogas.

Em todo caso, os benefícios fazem referência, em grande parte, ao bem-estar mental, emocional e físico. Está comprovado que o contato com os animais ajuda no tratamento de qualquer tipo de problema intelectual, físico ou social, e por isso, é muito comum encontrar cachorros em centros onde são desenvolvidos estes programas. Também está provado que o afeto de um animal de estimação beneficia as crianças. Além de dar a elas um sentimento de responsabilidade, o bichinho melhora a sua empatia e é uma fonte incondicional de carinho.

Controvérsias em torno da terapia com golfinhos

Este tipo de terapia não está livre de controvérsias e divergências entre dois principais grupos:

  • A comunidade a favor dos direitos dos animais: para os defensores de animais, qualquer forma de encarceramento de animais selvagens é reprovável. No caso dos golfinhos, uma espécie não domesticada, eles criticam a sua captura e aprisionamento em parques aquáticos e zoológicos. Nessa situação, argumentam que não importa o benefício humano se isso ocorre às custas dos golfinhos.
  • Discrepâncias entre a comunidade científica: nem todos os cientistas estão de acordo sobre a influências das ondas ultrassônicas na rede neural humana, já que não existem estudos específicos em torno dessa hipótese. Também é importante indicar que não existem evidências claras, por exemplo, em torno da melhora permanente ao longo do tempo na sintomatologia autista.

Seja como for, não devemos menosprezar o fato de que o contato com os animais nos beneficia, de certo modo, de forma espiritual e emocional. Apesar de ser difícil medir com exatidão o impacto deste contato, os resultados obtidos até agora têm sido muito positivos.


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