Terapia em grupo: o que é, características e objetivos

Na terapia em grupo, mais de 2 pessoas (idealmente entre 8 e 10) realizam a terapia ao mesmo tempo, guiadas por um terapeuta (ou mais de um). Saiba como funciona e conheça seus objetivos, características e vantagens.
Terapia em grupo: o que é, características e objetivos

Última atualização: 09 novembro, 2021

A terapia em grupo é uma modalidade que inclui a presença de várias pessoas que realizam a terapia ao mesmo tempo, sempre orientadas por um ou mais terapeutas. Enfoca as interações que ocorrem no grupo e como essas relações podem favorecer a pessoa, individualmente, e o grupo como um todo.

Esta é uma ferramenta consolidada no campo da psicologia e também na psiquiatria. Seus objetivos (muitos deles coincidentes com a terapia individual) incluem a resolução de conflitos, reencontro com o equilíbrio emocional, estímulo ao crescimento pessoal e aprimoramento de habilidades sociais, entre outros.

Quer saber mais sobre esse tipo de terapia? Como se originou historicamente e quais são suas vantagens? Descubra a seguir!

Qual é a origem da terapia em grupo?

Grupo de apoio

Há uma certa tradição histórica segundo a qual as práticas de cura eram realizadas em grupos. Os líderes tribais e religiosos utilizavam o tecido social para realizar suas curas e mudanças de comportamento, e o mesmo acontecia com os ritos xamânicos, as tragédias gregas e as peças medievais.

No entanto, a terapia em grupo, no sentido de uma terapia planejada sob orientação profissional cujo objetivo é o tratamento de certas patologias (especialmente as patologias da personalidade), é uma contribuição típica do século XX. Os Estados Unidos foram o país pioneiro nesse aspecto, especificamente na década de 1930. Seus iniciadores foram Wender, Schilder, Moreno, Slavson, Redl Wolf. Qual foi a contribuição de cada um desses autores?

Autores em destaque

Wender (1936), por exemplo, trabalhou com pacientes internados, e combinou conceitos freudianos com interpretações da transferência familiar para a transação dentro do grupo. No mesmo ano, Schelder foi considerado o pioneiro na terapia analítica de grupo, graças à sua interpretação da transferência e ao seu trabalho sobre os sonhos.

Redl, em 1942, introduziu grupos de diagnóstico infantil, e Moreno começou a trabalhar com psicodrama nos Estados Unidos durante a década de 1930. Por sua vez, Salvson, em 1943, começou a trabalhar com adolescentes por meio da sua terapia de atividade em grupo, que tinha como foco a expressão de fantasias e sentimentos por meio da ação e de jogos.

Após a Segunda Guerra Mundial, a popularidade da terapia em grupo aumentou à medida que a própria demanda por terapia aumentou. Hoje, é um tipo de terapia amplamente utilizada, seja isoladamente ou em sinergia com a terapia individual.

Terapia em grupo: o que é e quantos participantes deve ter?

A terapia em grupo é uma modalidade de terapia em que diferentes sujeitos se encontram para conversar, orientados por um ou mais terapeutas. O tamanho do grupo deve estar intimamente relacionado com a finalidade, o objetivo e a duração da terapia, sendo o tamanho ideal entre 8 e 10 pacientes.

Teoricamente, o grupo teria que ser pequeno o suficiente para oferecer a seus membros a oportunidade de participar. Thomas e Fink (1963) foram dois autores que dividiram o trabalho sobre o tamanho do grupo em duas categorias:

  • Os efeitos no grupo como um todo
  • Os efeitos sobre o comportamento dos seus membros

Esses autores descobriram, por exemplo, que a produtividade do grupo aumentava quando o tamanho do grupo aumentava, mas que esse aumento no tamanho reduzia a agilidade e a eficácia na terapia. Por outro lado, eles descobriram que o aumento do tamanho do grupo diminui a coesão do grupo e favorece a criação de pequenos grupos e a divisão de tarefas.

Características da terapia em grupo

Terapia em grupo

A terapia em grupo é composta por uma série de características. Como deve ser? O que deve fornecer? Yalom propõe alguns fatores terapêuticos na terapia em grupo. Com eles, se refere aos fatores que favoreceriam a mudança terapêutica por meio dessa modalidade de terapia:

  • Gerar esperança.
  • Universalidade.
  • Fornecer informações.
  • Altruísmo.
  • Recapitulação do grupo familiar de origem.
  • Desenvolvimento de técnicas de socialização.
  • Comportamento imitativo.
  • Aprendizagem individual.
  • Coesão de grupo.
  • Catarse.
  • Fatores existenciais.

Objetivos e tipos de grupos

A terapia em grupo pode ser usada para diferentes finalidades ou objetivos. Entre eles encontramos objetivos clínicos, psicoeducacionais, de aconselhamento ou de crescimento pessoal. Com base nesses critérios, encontramos diferentes tipos de grupos terapêuticos:

  • De acordo com o problema: encontramos grupos terapêuticos, psicoeducacionais, de aconselhamento ou de crescimento.
  • Em função da população: estamos falando de terapia em família, casal, infantil ou patologia específica (por exemplo: depressão).
  • Atendendo a abordagem teórica: encontramos grupos psicanalíticos, psicodramáticos, humanísticos, comportamentais e cognitivo-comportamentais e grupos de trabalho corporal.

Vantagens da terapia em grupo

A terapia em grupo tem vantagens notáveis. Uma delas é que nos permite explorar o estilo relacional do sujeito com outras pessoas. O grupo oferece um microcosmo real, onde relacionamentos com diferentes tipos de pessoas podem ser colocados em movimento. Comparando esta modalidade com a terapia individual, a terapia em grupo implica um contexto mais rico e diverso para a mudança.

Além disso, ela permite encontrar apoio e compreensão quando o grupo é coeso. Por meio dela, podemos nos conectar com pessoas que passaram por experiências semelhantes às nossas e, portanto, nos sentirmos mais compreendidos. Por fim, é um espaço que permite trocar pontos de vista com outras pessoas.

“Eu faço o que você não pode, e você faz o que eu não posso. Juntos podemos fazer grandes coisas”.
-Madre Teresa de Calcutá-

A terapia em grupo vai funcionar para mim?

Nem todas as pessoas fazem bem em iniciar um processo psicoterapêutico por meio da terapia em grupo. Tudo vai depender das características e necessidades do paciente, entre outros fatores; nesse sentido, existem etapas vitais, problemas determinados e tipos de personalidades que se adaptam muito bem à terapia em grupo (e ela pode ajudar muito essas pessoas).

Cada caso particular deve ser avaliado. As vantagens desse tipo de terapia são muitas, mas as da terapia individual também são. Então, insistimos, haverá pessoas (e momentos) para um tipo de modalidade e para outra. Por outro lado, também existem pessoas que combinam os dois tipos de terapia simultaneamente. O profissional é quem deve nos aconselhar nesse sentido.

“O que eu preciso é fazer parte de outro grupo, instalação ou ideia”.
-Damon Albarn-


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  • Kleinke, C.L. (1995). Principios comunes en psicoterapia. Ed. DDB: Bilbao.
  • Moreno, A. (ED.). (2015). Manual de Terapia Sistémica. Principios y herramientas de intervención. Ed. Desclee de Brower.
  • Pérez, M., Fernánde, J.R., Fernández, C. y Amigo, I. (2010). Guía de tratamientos psicológicos eficaces I y II. Madrid: Pirámide.

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