Tipos de comunicação não verbal

Quando falamos sobre comunicar, geralmente pensamos em um discurso, no entanto, a comunicação pode ser feita de muitas outras maneiras. Examinamos os diferentes tipos de comunicação não verbal que existem.
Tipos de comunicação não verbal

Última atualização: 06 dezembro, 2021

Tudo se comunica é um dos axiomas da comunicação (Watzlawick, 1993). Não há nada em nossas interações diárias com outras pessoas que não transmita uma mensagem, até mesmo o silêncio fala. Um olhar, um gesto, uma postura corporal, movimento, aparência física, tudo, absolutamente tudo, comunica.

Assim, a grosso modo, podemos dizer que todos nos comunicamos de duas maneiras, uma verbal – sobre a qual temos mais controle – e outra não verbal – sobre a qual teríamos menos controle.

A comunicação não verbal refere-se ao conjunto de signos e sistemas de signos não linguísticos que comunicam ou são utilizados para comunicar (Cestero e Penadés, 2017 ). Esta definição envolve, por um lado, hábitos e costumes culturais (signos e sistemas culturais) e, por outro lado, o sistema de comunicação não verbal. Ambos os elementos possuem propriedades universais e particulares de cada idioma e cultura.

Se analisarmos a comunicação não verbal em nossas relações interpessoais ou ao expressarmos uma mensagem verbalmente, podemos observar suas diferentes funções. Essas funções incluem o seguinte:

  • Enfatizar a linguagem não verbal: para isso são utilizados ilustradores, cuja função é reforçar a mensagem que transmitimos. As ilustrações geralmente são feitas com as mãos, embora as sobrancelhas e as pálpebras superiores também participem, para destaque (Ekman, 2009).
  • Expressar sentimentos e emoções: podemos comunicar que estamos tristes, felizes ou angustiados. Para isso usamos principalmente o rosto.
  • Substituir uma palavra: quando fazemos um gesto com o polegar para expressar que algo está certo ou errado.
  • Orientar a forma como a mensagem verbal deve ser interpretada: uma mensagem pode ser entendida de uma forma ou de outra de acordo com o tom de voz que usamos, a expressão que temos ou os gestos que fazemos.
  • Regular a comunicação: quando usamos gestos ou expressões faciais para regular a mensagem verbal que transmitimos.
Amigos conversando

Os 3 tipos de comunicação não verbal

Para Patterson (2011), a comunicação não verbal é composta por dois componentes: o primeiro deles são as características fixas que estão relacionadas ao design, à disposição do espaço e à aparência física. O fato de serem fixos não significa que não possam mudar, mas que no momento exato da comunicação não variam constantemente, como o outro componente.

O segundo componente são as características dinâmicas que resultam em “trocas fluidas entre pessoas em diferentes contextos sociais” (Patterson, 2011). Isso inclui distância e orientação, aparência, expressão facial, postura, movimento, contato corporal, comportamentos vocais e pistas olfativas.

Todas essas formas de comunicação não verbal podem ser classificadas em três grandes categorias: paralinguística, cinésica e proxêmica.

1. Paralinguística

Estuda os aspectos não semânticos da linguagem que dependem, geralmente, das emoções e intenções do emissor. Entre estes podemos encontrar:

Tom de voz

É o grau de elevação da nossa voz, pode ser grave ou agudo. Está relacionado aos sentimentos e ao conteúdo do que estamos dizendo. Tons de voz agudos tendem a estar associados, dependendo do contexto, à indecisão ou dúvida. Enquanto os gravess se relacionam com firmeza, confiança.

O ritmo

É a fluência verbal, o número de palavras que dizemos por minuto. Quando uma pessoa fala muito rápido, diz-se que ela tem taquifemia; quando fala muito devagar, diz-se que ela tem bradilalia. É comum para as pessoas desesperadas ou ansiosas falar muito rápido, enquanto aqueles que estão calmos e relaxados falam mais devagar.

O volume

Refere-se à intensidade com que falamos. O baixo volume está relacionado à timidez, tristeza ou submissão. Em contraste, um alto volume transmite segurança, autoridade, domínio.

O timbre

É o espectro ou registro específico de nossa voz. Isso nos permite reconhecer uma pessoa por sua voz. É uma característica singular da voz de cada pessoa.

2. Cinésica

Cinésica é o estudo do que expressamos por meio de movimentos corporais, gestos e posturas. Nesta forma de comunicação encontramos os seguintes elementos:

Expressão facial

São todos aqueles gestos que transmitimos com o rosto. O sorriso é um tipo de expressão facial. Alguns tipos comuns de sorrisos foram identificados, o sorriso de boca fechada, o sorriso torto, o sorriso de mandíbula para baixo, o sorriso com um olhar para cima (Allan e Barbara, 2006).

Olhares

Através dos nossos olhos, transmitimos muitas informações. Por exemplo, olhar para uma pessoa por muito tempo pode ser um sinal de que estamos interessados, embora também possa ser um sinal de hostilidade, depende do contexto. Se baixarmos o olhar, pode ser um indicador de insegurança ou de que não gostamos do que vemos.

Da mesma forma que os movimentos dos olhos transmitem atitudes e sentimentos, eles também podem expressar a personalidade. Algumas pessoas assistem mais do que outras. Aqueles que são naturalmente mais afetuosos tendem a olhar muito, assim como os indivíduos que têm maior necessidade de afeto (Davis, 1998).

A postura

É a posição em que o corpo se encontra ao caminhar, sentar, deitar ou ficar de pé. Tende a refletir o estado emocional das pessoas, especialmente se estiverem tensas. Quando uma pessoa está ansiosa ou nervosa, ela tende a assumir posturas rígidas ou mover-se constantemente de um lado para o outro. As partes do corpo mais analisadas são os braços, as mãos e as pernas.

Homem com as mãos postas

Os gestos

O gesto é outra forma de comunicação não verbal que comunica uma determinada mensagem no lugar ou em conjunto com a fala. Com eles você pode comunicar sentimentos, desprezo, hostilidade, aprovação, carinho. Eles também podem indicar momentos de instabilidade cognitiva e refletir pensamentos ainda não encontrados na fala (Goldin-Meadow, 2014).

Os gestos mais comuns incluem acenar, apontar e usar os dedos para indicar quantidades numéricas. Outros gestos comuns são apertar as mãos, esfregar o queixo, as orelhas ou os olhos.

3. Proxêmica

A proxêmica se refere ao espaço e à distância que as pessoas mantêm quando se comunicam. Todos nós temos um espaço mínimo que protegemos. Às vezes, as pessoa se sente invadida nesse espaço quando outra pessoa chega bem perto dela. As áreas que marcam a distância em que permitimos que uma pessoa esteja são:

  • Distância íntima (até 45 cm): é a distância reservada para amigos íntimos e familiares.
  • Distância pessoal (45 cm – 120 cm): é mantida com pessoas familiares, colegas de trabalho ou escola, vizinhos, etc.
  • Distância social (120 cm – 360 cm): é a distância que se tem de estranhos como forma de proteção.
  • Distância pública (mais de 360 cm): é utilizada para conferências, palestras ou eventos públicos.

O significado de cada um dos tipos de comunicação não verbal que vimos não pode ser compreendido isoladamente do contexto. O significado de um gesto pode variar de uma cultura para outra e até mesmo de uma situação para outra. Eles não podem ser entendidos separadamente de outros indicadores não verbais e verbais. Assim, toda interpretação deve ser feita em conexão com o contexto social e comunicativo em que uma determinada expressão não verbal aparece.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Allan y Barbara. (2006).El lenguaje del cuerpo: como interpretar a los demás a través de sus gestos. Editorial amat.
  • Cestero, A. M., y Penadés, I. (2017). Manual del profesor de ELE. Universidad de Alcalá.
  • Davis, F. (1998). La comunicación no verbal.
  • Ekman, P. (2009). Cómo detectar mentiras.
  • Goldin-Meadow, S. (2014). How gesture works to change our minds. Trends in neuroscience and education3(1), 4-6. https://doi.org/10.1016/j.tine.2014.01.002
  • Patterson, M. (2011). Más que palabras: el poder de la comunicación no verbal. Editorial UOC
  • Watzlawick, P. (1993). Teoría de la comunicación humana. Interacciones, patologías y paradojas. Barcelona: Herder.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.