9 traços psicológicos da personalidade submissa

Você investe muita energia para satisfazer os desejos de outras pessoas? Você abandona suas necessidades para satisfazer as dos outros? Você é uma pessoa submissa? Descubra quais são os traços psicológicos desse perfil.
9 traços psicológicos da personalidade submissa

Última atualização: 29 agosto, 2022

Quem tem uma personalidade submissa se caracteriza por abandonar o que realmente quer para agradar as outras pessoas. Elas se submetem voluntariamente à autoridade e dominação dos outros e tendem a confiar nos que os rodeiam para atender às suas próprias necessidades. Essa forma de se posicionar diante dos acontecimentos vitais muitas vezes faz com que se sintam impotentes e dificulta a tomada de decisões cotidianas, pois se sentem incapazes.

O sentido de suas vidas é construído em torno da dependência, entregando sua vontade aos outros. A falta de autoconfiança os leva a abrir mão de sua própria identidade e desejos para fazer algo por alguém. As pessoas submissas não procuram obter gratificação oferecendo suas vidas aos outros, mas para serem aceitas e amadas.

Neste artigo, veremos quais são os traços psicológicos do modo de ser e agir de quem apresenta esse tipo de personalidade.

Como são as pessoas submissas

Existem várias características psicológicas que definem uma pessoa submissa. A seguir, destacaremos seis traços, de acordo com o estudo de personalidade de Millon e Davis (1998).

1. Incompetência

Uma das principais características das pessoas submissas é a falta de autoconfiança. Elas tendem a ser colaborativos, conformistas e pouco assertivos. Elas evitam ser o centro das atenções a todo custo e são percebidas por sua rede de amigos como atenciosas, generosas e lisonjeiras.

As pessoas ao seu redor geralmente ficam impressionadas com sua humildade, cordialidade, gentileza e delicadeza. No entanto, por trás dessa afabilidade está um desejo de aceitação e aprovação. Essa necessidade é claramente percebida quando se deparam com condições estressantes, contra as quais se mostram indefesas.

A disposição sentimental e sensível que as caracteriza pode levá-las a serem extremamente conciliadoras e a se sacrificarem excessivamente em suas relações interpessoais.

jovem triste
Personalidades submissas têm baixa autoconfiança.

2. Impotência

As pessoas submissas aprendem a se relacionar com os outros misturando sua identidade com eles, negando suas diferenças e evitando expressões de poder. Ao se mostrarem indefesas e fracas, obtêm a proteção, o cuidado e o carinho que buscam, submetendo-se à vontade alheia.

Os submissos são vistos como indefesos e incapazes, portanto, transferem suas responsabilidades em favor dos outros e deixam seus próprios assuntos em suas mãos. Acreditam que os outros estão mais bem preparados para enfrentar os desafios e dificuldades que a vida lhes impõe.

3. Ingenuidade

Outra característica dos indivíduos com personalidade submissa é a consciência limitada de si mesmos e dos outros. Eles não são muito introspectivos em relação aos problemas que os cercam e tendem a ser ingênuos e pouco críticos. Geralmente, eles sempre veem as coisas boas ou agradáveis das coisas.

A ingenuidade os leva a serem pessoas simples, inocentes e imaturas. Eles acreditam no que os outros dizem para não entrar em conflito com eles, mesmo que se sintam tratados injustamente.

4. Inépcia

As pessoas submissas se veem como fracas e frágeis quando se sentem solitárias. Elas tendem a subestimar suas crenças e realizações. Quando se comparam com os outros, minimizam seus atributos e destacam sua inferioridade e defeitos.

Esse padrão de autodesprezo pode ser entendido como uma estratégia que elas usam para fazer os outros se sentirem amados e valorizados. Isso serve para ganhar sua aceitação, pois os coloca em uma posição superior na qual os outros se sentem lisonjeados.

5. Imaturidade

Outra característica das pessoas submissas ou dependentes é que suas ideias tendem a ser pouco sofisticadas e um pouco infantis. Elas são continuamente levados a admirar, amar e estar dispostos a dar tudo de si, pois é a única maneira que veem de evocar cuidado e carinho dos outros.

Devido a sua imaturidade, a maioria das pessoas submissas aprenderam que são inferiores e são capazes de brindar aos seus “superiores” a sensação de utilidade, força, compreensão e competência.

6. Introjeção/negação

A impotência e a incapacidade dos submissos provoca neles sentimentos de vazio e medo de ficar sozinho. O mecanismo de defesa que eles usam para lidar com essas sensações é a introjeção. Através dela, eles internalizam as crenças e valores de outras pessoas. Ao alinharem-se com a identidade e as competências de outras pessoas, evitam a ansiedade de sua própria impotência.

A negação também é outro mecanismo característico dos sujeitos com personalidade submissa. Isso é visto na ingenuidade de seus pensamentos. Eles sempre amenizam o desconforto interpessoal e o estresse que isso gera. A forma como falam costuma ser doce e pegajosa, com a qual escondem (ou negam) qualquer tipo de agressividade.

7. Introversão e timidez

Como as pessoas submissas reprimem seus desejos, sentimentos e emoções para agradar os outros e ganhar sua aceitação e proteção, muitas vezes acabam sendo tímidas. Fazem isso para evitar os conflitos que as relações sociais podem gerar.

8. Dependência emocional

Tendo uma personalidade submissa, os indivíduos tendem a procurar uma pessoa dominante que lhes dê responsabilidades. Tanto que em muitas ocasiões costumam ser submissos emocionalmente em relação aos entes queridos que possuem mais autoridade.

Mulher chorando abraçando seu parceiro
A dependência emocional impede ter liberdade autonomia.

9. Falta de assertividade

Pessoas submissas não falam sobre seus pontos de vista, seus desejos e necessidades. Isso torna muito difícil conhecer suas motivações e o que desejam. Mas por que elas não compartilham seus interesses? Porque elas acreditam que dessa forma podem evitar qualquer conflito que possa surgir deles. Isso mostra uma clara falta de assertividade.

Por fim, o estado dessas dimensões psicológicas, quando produz sofrimento, torna necessária a intervenção psicoterapêutica. Esse é o primeiro passo, e talvez o mais importante, para que a pessoa submissa comece a confiar em si mesma e em suas habilidades. Da mesma forma, você aprenderá a satisfazer suas próprias necessidades, a desfrutar do prazer e da busca de gratificações sem abrir mão de sua identidade para agradar os outros.


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  • Chand, S. P., & Marwaha, R. (2022). Anxiety. StatPearls. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK470361/
  • Millon, T. y Davis, R. D. (1998). Trastornos de la personalidad: más allá del DSM-IV. Masson.
  • Fricke, M. F. (2010). Autoconciencia e identidad personal. Península5(1), 99-118.

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