Há amores que são como um ovo sem sal

Há amores que são como um ovo sem sal

Última atualização: 12 janeiro, 2017

Há amores que são como um ovo sem sal, amores insípidos, sem substância, que se ancoram em uma situação monótona que, a longo prazo, afoga. Uma realidade que afeta muitos casais, ainda que eles talvez já a enxerguem como uma coisa normal, algo que “tem que acontecer”.

No entanto, podemos mudar isso, sempre e quando quisermos. Recuperar essa primavera na qual nosso amor se inspirava e afastar-nos desse outono que cada vez parece mais próximo do inverno. O carinho não envelhece como nós envelhecemos. Se isso acontece, é porque permitimos. Talvez estejamos cansados de mantê-lo, de cultivá-lo.

Cometemos o erro de deixar os carinhos, os chamegos, as palavras carinhosas em um cofre que agora habita no passado. Antes era importante para nós demonstrar a essa pessoa que ainda amamos o tanto que sentíamos por ela. Em que momento paramos de fazer isso e caímos no comodismo das suposições?

Amores insípidos, amores envelhecidos

Escutamos várias vezes que o amor se acaba, que morre, que muda com o tempo… Colocamos a culpa no passar do anos para nos sentirmos melhor com nós mesmos e não assumirmos a responsabilidade de que não estamos fazendo as coisas corretamente.

Não se trata apenas de abandonarmos a nós mesmos, é que deixamos de lado aquilo que conquistamos com muito esforço e paixão anos atrás. Agora, como já temos, paramos de nos esforçar? Primeiro, foi um; depois, o outro. No final, nos transformamos em duas pessoas que permitiram que seu amor se apagasse, e agora resida numa simples memória.

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Neste ponto, surge aquilo que já foi dito: as suposições. Essas que causam tantos equívocos em nossas relações interpessoais. Porém, seu maior efeito é nas relações amorosas. É melhor repetir até enjoar, até ficarmos fartos de dizer sempre a mesma coisa, do que presumir que, talvez, não seja mais tudo isso.

“Por que vou dizer ao meu marido que o amo se ele já sabe?”, “Não é necessário que eu lhe dê um beijo, pois já sabe que o desejo”, “Já somos grandes demais para ficar se pegando em público”… Certamente todas essas frases, que se tornam pensamentos, são bastante familiares pra você. Muitos casais compartilham do mesmo.

No entanto, em um momento anterior você não se importava em dizer “eu te amo” infinitas vezes ao amor da sua vida. Você sempre lhe dava um beijo ao sair pela porta quando ia trabalhar. Não pensava se era uma situação apropriada ou não dar as mãos ou um abraço inesperado. Nascia de você, queria sentir seu parceiro/a próximo. Desejava sempre demonstrar o que sentia por ela ou ele.

Deixamos o amor morrer

A chama não se apaga, nós a apagamos. Podemos seguir renovando a mesma, escapando dessa situação na qual nos acomodamos. Tudo por preguiça, repetindo para nosso parceiro aquilo que uma vez tanto insistimos. O cansaço em nos esforçar por aquilo que já damos por conquistado.

Muitas pessoas fazem de tudo no início das relações. São como um balão cheio. No entanto, quando já conseguiram o que queriam, vão desinflando, pouco a pouco, até que não resta nada de tudo que tinham realizado. Agindo dessa maneira, você ainda se pergunta por que já não tem tantas intimidades como antes? Por que tudo mudou?

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Os amores sucumbem devido às nossas más atitudes. Deixamos de pensar na outra pessoa e focamos em nós mesmos. Justificamos através do “é que ele/ela já sabe” nossa incapacidade para seguir dando nosso máximo.

A relação não caminha sozinha, não é autossuficiente. Precisa ser alimentada constantemente, a cada dia, com mais cuidado à medida que os anos passam, porque também existem mais circunstâncias que ameaçam desgastá-la. Você olha com inveja todos esses velhinhos que andam de mão dadas, que se respeitam, que não escondem suas demonstrações de carinho em público e se pergunta… como fazer pra ser assim? Cuidando e assistindo esse sentimento tão sincero, tão buscado, tão esperado como é o amor.

Um sentimento recíproco que não entende de repetições, nem de reflexões racionais. No momento em que supomos, pensamos e acreditamos, o amor se enfraquece. Este deve ser livre para poder ser sentido e vivido em toda sua extensão. Nunca é chato, nós é que o deixamos assim. Jamais se torna insípido, somos nós que nos tornamos simples.

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Os amores se sustentem se as mão que os compõem se encontram seguras e dispostas a dar tudo hoje, amanhã, sempre… Não importam os anos. Importa apenas a atitude.

Imagens cortesia de Jarek Puczel.


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