Você precisa de uma mudança? Conheça a autoanálise das 4 janelas

A autoanálise das 4 janelas é baseada na ideia de que uma pequena mudança pode tornar a vida melhor ou pior. Envolve identificar onde estão os pequenos problemas capazes de provocar outros maiores.
Você precisa de uma mudança? Conheça a autoanálise das 4 janelas
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 29 julho, 2022

A autoanálise das 4 janelas é uma técnica projetada para avaliar e melhorar a vida. É adequada para aqueles que se sentem insatisfeitos ou estagnados com a sua realidade presente, mas não identificam claramente qual aspecto está impedindo o seu progresso.

Esta técnica, como o nome sugere, pode ser aplicada de forma autônoma. É uma fórmula muito simples que só requer boa vontade e algum tempo para ser colocada em prática. A autoanálise das 4 janelas serve não só para promover mudanças em uma área específica, mas também em geral.

Deve-se dizer que a autoanálise das 4 janelas é baseada na famosa teoria das janelas quebradas. Sua principal contribuição é que ajuda a especificar onde estão os aspectos essenciais a serem modificados, para que o esforço possa ser concentrado em pontos específicos e não fique disperso. Vamos ver do que se trata.

Todos os dias me olho no espelho e me pergunto: ‘Se hoje fosse o último dia da minha vida, eu gostaria de fazer o que vou fazer hoje?’ Se a resposta for ‘Não’ por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar algo.”
-Steve Jobs-

Mulher pensando

A teoria das janelas quebradas

A teoria das janelas quebradas é uma tese aplicada desde a década de 1980 para melhorar a vigilância policial e combater o crime. Foi proposta pelo psicólogo social Philip Zimbardo  após fazer um pequeno experimento. Ele deixou um carro abandonado, com as portas abertas e sem placas, em uma área perigosa da cidade. Como esperado, em poucos dias ele foi completamente roubado.

Em seguida, ele deixou outro carro em condições semelhantes, mas em uma parte chique da cidade. Uma semana se passou e o veículo ainda estava intacto. Então, Zimbardo quebrou um de seus vidros com um martelo e causou vários danos a ele. Em poucos dias, o carro foi totalmente saqueado.

O resultado final é de que se uma janela for quebrada e não for consertada, em algum momento as outras janelas serão quebradas por vândalos. Se alguém riscar a parede de uma casa e ela não for pintada novamente, em alguns dias ela estará cheia de riscos. Se alguém jogar lixo em um local e ele não for coletado, logo se tornará uma lata de lixo.

Conclusão: se você não cuidar de alguma coisa, logo ela será tomada pelo caos. Isso se aplica ao mundo material, mas também ao psicológico. Portanto, uma boa maneira de evitar isso é consertar pequenas dificuldades para que elas não se tornem grandes problemas.

A autoanálise das 4 janelas

Como se pode supor, a autoanálise das 4 janelas tem a ver com a identificação daquelas “janelas” que precisam de conserto, mas que não foram atendidas. Assim como ocorre com as janelas quebradas, elas enviam uma mensagem: ninguém liga para isso. Ao mesmo tempo, essa mensagem atrai novas dificuldades.

Comportamentos ou decisões erradas ou inúteis muitas vezes não têm um início marcado, mas vão se acumulando com pequenas situações que equivalem a uma janela quebrada. Da mesma forma, as mudanças na vida muitas vezes começam com ações que podem parecer irrelevantes, mas no fundo não são, pois fazem parte de uma cadeia de deterioração.

Existem exemplos simples que ilustram essa ideia. Um grande número de abas abertas no computador, que pode não parecer relevante, ajuda a dispersar a atenção. Se isso acontecer, é mais provável que uma pessoa demore mais para concluir uma tarefa. Nesse caso, você será menos produtivo e seu trabalho será menos valorizado. Assim, uma “janela quebrada” é a porta de entrada para muitos males. Portanto, deve ser reparada. Como?

Mulher trabalhando com computador

Como fazer isso?

Para aplicar a autoanálise das 4 janelas, vamos primeiro dizer que as quatro janelas são saúde, produtividade e finanças, relacionamentos pessoais e desenvolvimento individual. Em cada uma delas você deve medir a satisfação e determinar qual é a “janela mais quebrada” para começar por aí.

Para estabelecer onde está o problema, é melhor atribuir uma classificação, de 0 a 5, a cada uma das quatro janelas. Como você pode imaginar, a área que obtiver a pontuação mais baixa é aquela que deve ser atendida. Para isso, é aconselhável seguir as seguintes etapas:

  • Identifique hábitos. A primeira coisa é especificar quais são os comportamentos repetitivos que geram dificuldades nessa “janela”. Por exemplo: se o problema está relacionado à “saúde”, talvez o hábito negativo seja comer alimentos pouco nutritivos.
  • Identifique rotinas. Os hábitos geram suas próprias rotinas e é importante especificá-los. Voltando ao exemplo anterior: uma pessoa come batata frita à tarde, antes do jantar, porque sai do trabalho com muita fome.
  • Lembretes. Os hábitos são automáticos e profundamente enraizados. Portanto, você precisa criar consciência em torno deles para mudá-los. Uma maneira é criar lembretes (post-its, alarmes ou algo semelhante) para evitá-los. Por exemplo: “Batatas fritas não nutrem o meu corpo.”
  • Mudança. O que se segue é encontrar um hábito saudável para substituir o mau hábito e compensar o papel que ele desempenha. Por exemplo, comer frutas duas vezes à tarde para não sentir fome depois de terminar o trabalho e, assim, conseguir esperar até o jantar.

Quanto mais específico você puder ser na autoanálise de 4 janelas, melhor. O ideal é saber identificar o hábito mais simples e arraigado em uma determinada área. Se ele puder ser erradicado, isso certamente dará origem a uma cadeia de mudanças relevantes.


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  • Sánchez-Monfort, J., & Sánchez-Jover, I. (2006). Por qué lo llamamos autocontrol cuando deberíamos llamarlo autoanálisis. Aten Primaria, 37(5), 305.

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