Causas da ejaculação precoce

Entre 20-30% dos homens já viveram um episódio de ejaculação precoce alguma vez. As causas costumam ser psicológicas, embora também possam ser orgânicas ou biológicas.
Causas da ejaculação precoce

Última atualização: 17 junho, 2021

A ejaculação precoce ou prematura é considerada o transtorno sexual mais comum em homens, segundo dados do DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). Sua prevalência é de 27% dos homens da população geral, de acordo com dados da American Psychological Association. No entanto, quais são as causas ou gatilhos que podem desencadear a ejaculação precoce?

Neste artigo, vamos falar sobre suas principais causas médicas e psicológicas. É importante ter em mente que, na maioria dos casos, por trás desse quadro se esconde uma forte ansiedade que dificulta uma resposta “normal” da ejaculação.

O que é a ejaculação precoce?

Antes de abordar as causas da ejaculação precoce, vamos falar, em linhas gerais, sobre o que esse transtorno implica. A ejaculação precoce (prematura) é definida no DSM-5 como um padrão persistente ou recorrente no qual a ejaculação produzida durante a atividade sexual em casal ocorre aproximadamente um minuto após a penetração vaginal e antes da vontade do indivíduo.

No entanto, esse transtorno também pode ser aplicado a pessoas que mantêm relações sexuais não associadas à penetração. O que importa aqui não é tanto o critério do minuto de duração, mas o fato de que a ejaculação vem antes da vontade da pessoa.

Casal com problemas no sexo

Causas da ejaculação precoce

Em relação às causas da ejaculação precoce, o mais comum é que ocorra a aprendizagem dessa resposta defeituosa (ejacular de forma prematura) em situações sexuais em que existe um grau significativo de ansiedade. Uma vez aprendida essa resposta “errada”, é difícil controlar o reflexo de forma voluntária, visto que a resposta da ejaculação é controlada pelo ramo simpático do sistema nervoso autônomo e, portanto, a ansiedade facilitará o aparecimento da resposta.

No entanto, na etiologia desse transtorno sexual também encontramos outros tipos de causas, como as causas médicas. Vamos falar sobre ambas a seguir.

Causas psicológicas da ejaculação precoce

A ejaculação precoce é um problema que, na maioria das vezes, está relacionado a estados de ansiedade, como já afirmamos. Ou seja, a ansiedade é uma das suas principais causas. No entanto, no âmbito psicológico, encontramos outras:

  • Experiências sexuais precoces.
  • Ter sofrido abuso sexual na infância (ou mais tarde).
  • Apresentar sintomas depressivos ou sofrer de depressão.
  • Problemas com a imagem corporal e complexos.
  • Preocupação em relação à própria problemática.
  • Exigências elevadas nas relações sexuais (autoexigência).
  • Exercer pressão sobre si mesmo para “estar à altura”.
  • Estresse crônico e prolongado.
  • Sentimentos de culpa que aumentam a tendência de pressa durante a relação sexual.
  • Problemas conjugais.

Causas médicas da ejaculação precoce

As causas psicológicas (ou mesmo aquelas relacionadas a problemas conjugais) não são as únicas que permitiriam explicar um caso de ejaculação precoce. Assim, outras possíveis causas da ejaculação precoce, nesse caso no âmbito médico ou orgânico, seriam:

  • Inflamação e infecção da uretra.
  • Características hereditárias.
  • Esclerose múltipla.
  • Disfunção erétil.
  • Níveis hormonais anormais.
  • Inflamação e inflamação da próstata (prostatite).
  • Abstinência de opiáceos.
  • Doença da tireoide.

Fatores de risco e prognóstico

Os fatores de risco e o prognóstico da ejaculação precoce têm a ver com aspectos de três tipos: temperamentais, genéticos e fisiológicos:

  • Temperamentais: a ejaculação precoce é mais comum em homens com ansiedade e, especialmente, naqueles com transtorno de ansiedade social (fobia social).
  • Genética e fisiologia: a genética também desempenha um papel no desenvolvimento desse transtorno. Também existem problemas relacionados com a dopamina e a serotonina (polimorfismos genéticos).

Epidemiologia, curso e comorbidade

Internacionalmente, mais de 20-30% dos homens entre 18 e 70 anos já relataram ter passado por episódios de ejaculação precoce pelo menos uma vez. No entanto, com a nova definição do DSM-5 (no qual é incluída a especificação do minuto após a penetração), apenas 1-3% dos homens podem ser diagnosticados com o transtorno. Por outro lado, este é um transtorno que tende a aumentar com a idade.

Quanto ao seu curso e desenvolvimento, pode haver variações. A ejaculação precoce pode começar nas experiências sexuais iniciais do homem e persistir a partir de então. No entanto, é normal que, após alguns episódios iniciais, o controle seja adquirido ao longo do tempo.

Em relação à comorbidade, o transtorno pode estar associado a problemas de ereção. Às vezes, pode ser difícil determinar qual dificuldade precedeu qual.

Ejaculação vitalícia e adquirida

Encontramos dois tipos de ejaculação precoce: a que está presente desde as primeiras relações sexuais (que é aquela que aparece nas primeiras relações sexuais do homem por ansiedade, mas que pode e geralmente acaba desaparecendo com o tempo) e a adquirida (que geralmente é adquirida por causa de uma determinada condição médica).

Em relação à primeira, costuma estar associada a certos transtornos de ansiedade. Por outro lado, a segunda pode estar associada a doenças como a prostatite, problemas na tireoide ou a abstinência de drogas (por exemplo, durante a abstinência de opiáceos).

Casal com problemas na cama

Reflexão final

Como podemos ver, as causas da ejaculação precoce podem ser muito variadas. No entanto, as causas psicológicas estão entre as mais frequentes (principalmente a ansiedade), uma vez que essa resposta é fisiologicamente incompatível com a ereção (ou seja, aquela que nos permite não ejacular).

Fazer um diagnóstico diferencial de cada caso e descobrir suas causas, sejam médicas, biológicas, relacionais ou psicológicas, serão os primeiros passos para remediar e compreender o transtorno. Como sempre, pedir ajuda profissional pode ser uma ótima ferramenta nesses casos.


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  • American Psychiatric Association –APA- (2014). DSM-5. Manual diagnóstico y estadístico de los trastornos mentales. Madrid: Panamericana.
  • Belloch, A., Sandín, B. y Ramos, F. (2010). Manual de Psicopatología. Volumen I y II. Madrid: McGraw-Hill.

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