Como identificar um bom livro de autoajuda: 7 dicas
“Não há livro que não contenha algo de bom”, disse Cervantes. Isso significa que mesmo a má literatura pode gerar interesse sobre o verdadeiro bem-estar. Mas isso não significa que sejam bons livros: é possível detectar um bom livro de autoajuda? De que forma?
Neste artigo refletimos sobre livros de autoajuda, aqueles que, como o próprio nome sugere, são destinados a que nós mesmos nos ajudemos por meio de ferramentas, exercícios, reflexões… Tudo isso preparado por um profissional de saúde mental (ou afins).
No entanto, nesta área delicada nem tudo vale . Então, o que deve conter um bom livro de autoajuda? Que critérios ter em conta na hora de escolher? É importante refletirmos sobre essas questões, pois há livros que, mais do que nos ajudar, podem até mesmo nos prejudicar.
“Presentear com um livro, além de ser uma dádiva, é um elogio delicado.”
-Anônimo-
Dicas para detectar um bom livro de autoajuda
Vamos te dar algumas dicas para escolher aqueles que sejam de boa qualidade, além de ter um mínimo de rigor profissional, ou seja, aqueles que realmente nos podem ajudar. Para isso, será necessário olhar para aspectos que o livro deve incluir e outros que devemos evitar, como aqueles que estão cheios de frases vazias ou com uma positividade tóxica.
Assim, e como ponto de partida, na hora de detectar um bom livro de autoajuda, é importante ter em conta algumas considerações como:
- Quem o escreve? Deve ser um profissional de saúde mental credenciado nessa área ou áreas afins (psicólogo, psiquiatra…).
- Qual é o conteúdo que vou encontrar? Deve ser baseado em pesquisas científicas atuais (estudos), e não apenas nas opiniões ou crenças do autor.
- O que o autor nos garante que o livro nos fornecerá? Evite promessas impossíveis e absurdas como “recupere sua saúde mental em apenas um mês”.
- Como está escrito? Não só o conteúdo importa. A qualidade da escrita também faz um bom livro (e diz muito sobre seu autor/editor).
Sem mais delongas, vamos nos aprofundar nesses e em outros aspectos.
1. Vamos começar com o conteúdo: veja o índice
Quando se trata de detectar um bom livro de autoajuda, é importante observar seu conteúdo. Então, para começar, abra o livro e veja o índice; Você acha que as diferentes seções são um bom reflexo do que o título do livro quer transmitir?
Você acha que é um conteúdo completo, de acordo com o que o título propõe? O ideal é que o conteúdo relacionado ao tema central do livro apareça no índice; Por esse motivo, recomendamos que você veja se o tema é mantido ou se dedica apenas algumas seções a ele e depois se desvia para outros tópicos que podem não ser úteis para você.
“Um bom livro é aquele que começa com expectativas e termina com benefícios.”
-Amos Bronson Alcott-
2. Preste atenção no título
Embora o título não seja tudo, também é importante. Evite escolher livros que simplifiquem ou banalizem os problemas reais de saúde mental com chavões, frases de efeito ou apenas “frases que soem muito bem”.
E, sobretudo, aqueles que te vendam mensagens impossíveis ou que tentem fazer cálculos sobre sua felicidade, como “seja feliz em uma semana”, “diga adeus à depressão com apenas dois exercícios”, etc.
3. Evite a positividade tóxica
De acordo com o ponto anterior, evite a todo custo esse tipo de mensagem (seja no título ou no texto). E lembre-se que a saúde mental nunca é uma tarefa simples que possa ser melhorada apenas com pensamentos positivos, mas, sim, deve haver muito trabalho por trás.
4. Fuja dos livros que prometas mundos e fundos
Quando se trata de detectar um bom livro de autoajuda, também devemos olhar para os livros que devemos evitar. E continuando com o seu conteúdo, ao começar a folhear o livro e a ler algumas frases, você se dá conta que o autor “promete mundos e fundos”, ou seja, garante que vai ajudá-lo a conseguir “qualquer coisa”, desconfie.
Tenha em mente que um bom livro de autoajuda deveria te oferecer um conteúdo sólido que permita encontrar as ferramentas necessárias para você se sentir melhor.
Em outras palavras, deve ser capaz de motivá-lo sem oferecer falsas expectativas. Na hora de detectar um bom livro de autoajuda, fuja daqueles que prometem mundos e fundos, ou seja, soluções rápidas e fáceis para todos os teus problemas emocionais.
5. O autor deve ser um profissional credenciado
Já que estamos falando de autoajuda, o ideal é que o livro tenha sido escrito por um profissional de saúde mental, ou seja: psiquiatra, psicólogo ou psicoterapeuta.
Claro, é importante ressaltar aqui que também podem ser incluídos livros escritos por pessoas que fornecem um testemunho interessante devido a sua história de vida, aos obstáculos que tiveram que superar… Embora neste caso estejamos falando de livros um pouco diferentes, não exatamente de autoajuda.
Por outro lado, sabemos que no mercado atual há um grande número de livros de autoajuda dos mais variados autores, mas tome cuidado e certifique-se de que quem o escreveu seja um especialista em sua área, e não alguém que fez apenas um curso de algumas horas de coaching ou algo parecido.
6. Quem edita o livro?
Quando se trata de detectar um bom livro de autoajuda, também recomendamos que você consulte a editora. É uma editora especializada nesse assunto?
Com experiência nesse setor? Possui uma certa reputação? É uma editora científica? Recomendamos que você se faça essas perguntas e faça um filtro.
7. Observe a qualidade da escrita
O livro deve ser escrito usando uma linguagem clara e compreensível para a maioria das pessoas, pois é um livro informativo, não técnico (embora contenha alguns detalhes técnicos, estes devem ser explicados ao longo do livro).
Lembre-se que para um livro ser “bom”, ele não deve conter apenas mensagens úteis, mas deve ser bem escrito e chegar facilmente ao leitor.
Identificando um bom livro de autoajuda: qual é a função desses livros?
Por fim, e à guisa de reflexão, quando se trata de detectar um bom livro de autoajuda, é importante que tenhamos clareza sobre sua função (escolher com critério). Um livro desse tipo nunca substitui um processo psicoterapêutico orientado em todos os momentos por um profissional de saúde mental licenciado.
Acima de tudo, tenha claro que se você sofre de um transtorno mental, é melhor ir a um psicólogo clínico ou psiquiatra, caso seja necessário tratamento farmacológico. O livro de autoajuda pode complementar o processo e até melhorá-lo, mas nunca osubstituí-lo.
Por outro lado, um livro de autoajuda oferece a possibilidade de:
- Identificar o que nos acontece e nos compreender melhor (através da psicoeducação).
- Conhecer-nos melhor.
- Identificar os nossos pontos fortes.
- Adquirir várias ferramentas e recursos para melhorar o nosso bem-estar.
- Aprender sobre psicologia, divirtir-nos e entreter-nos.
“Você não é o que é pelo que escreve, mas pelo que leu”.
-Jorge Luis Borges-