Crianças desobedientes: 5 conselhos para lidar

Você tem um filho que se recusa a fazer o que você pede? Parece que ele está fazendo de propósito? Ele não realiza as suas atividades? Pode ser que seja um problema de desobediência. Nesse caso, este artigo é para você.
Crianças desobedientes: 5 conselhos para lidar
María Vélez

Escrito e verificado por a psicóloga María Vélez.

Última atualização: 27 janeiro, 2023

As crianças apresentam muitos desafios aos pais. Desde o momento da gravidez há muitas expectativas em torno delas, mas também muita incerteza. Nesse sentido, não podemos antecipar tudo o que vai acontecer, já que cada menino ou menina é de um jeito diferente. Geralmente não ocorrem grandes problemas, mas quando estamos falando de crianças desobedientes, podemos encontrar dificuldades consideráveis.

As crianças desobedientes e a sua atitude desafiadora podem se intensificar com o passar dos anos se não fizermos uma abordagem adequada da situação. Nesse caso, não existe uma fórmula mágica que leve as crianças a cumprir as regras e a se comportar de maneira ideal. No entanto, a partir da psicologia, diversas diretrizes podem ser aplicadas para redirecionar a situação. Aqui, apresentaremos algumas das mais importantes.

Menino gritando

Crianças desobedientes

Antes de iniciar qualquer intervenção, é necessário identificar se a criança é realmente desobediente. Na infância é comum passar por alguns estágios, e alguns deles são caracterizados pela negação e o desafio aos pais.

De aproximadamente 15 meses a 3 anos, as crianças passam pela “fase do não”. Nesse período, podemos ver como elas se posicionam quase sistematicamente contra as nossas propostas.

No entanto, isso faz parte do seu desenvolvimento social. Elas estão aprendendo que suas respostas afetam o ambiente ao seu redor e, portanto, estão começando a desenvolver sua independência e a fortalecer sua personalidade. Diante disso, é melhor ter uma atitude paciente, compreendê-las e antecipar as situações, dando-lhes mais opções de escolha. Dessa forma, elas se sentirão mais cooperativas e as reações não serão tão negativas.

A desobediência, como tal, aparece após os 2 ou 3 anos, após esse estágio de negação, se não lidarmos com ele adequadamente. Crianças desobedientes são aquelas que se recusam continuamente a cumprir as regras e também mostram alguma hostilidade para com seus pais ou outras figuras de autoridade.

Alguns pais pensam que, à medida que o filho cresce, a desobediência vai desaparecer, mas a verdade é que pode acontecer o contrário. Se esses comportamentos não forem corrigidos, nem lhes forem fornecidas alternativas de comportamento, pode ser que aquela criança se torne um adolescente com comportamento  dissocial.

Como lidar com crianças desobedientes?

Para tratar a desobediência em crianças, é melhor começar a agir o mais rápido possível. Começar intervindo no “estágio zero” pode tornar as coisas muito mais fáceis nos próximos anos. Nesse período natural, o mais adequado, segundo os especialistas, é manter uma atitude caracterizada pelo equilíbrio entre permissividade e firmeza.

Após esta fase, caso o problema persista, é aconselhável seguir estas instruções:

1. Motive a criança

As crianças desobedientes não gostam da sua atitude. O problema é que, possivelmente, não conhecem outras formas de agir ou os benefícios que isso pode lhes trazer. Assim, é necessário encontrar uma forma de motivar os pequenos a se comportarem de maneira adequada. Faça-os entender que todos serão beneficiados e que você pode se expressar de outra forma.

Há anos se prova e se defende que o melhor estilo de ensino é aquele que equilibra disciplina e carinho. Portanto, é necessário explicar com amor os problemas que surgem do seu comportamento, para que um plano de ação seja acordado entre os dois. Dessa forma, as crianças começarão a compreender os aspectos positivos de obedecer e de se comunicar de maneira saudável.

2. Aja imediatamente, sem perder a paciência

Embora possa ser muito difícil, é fundamental não perder a paciência diante do desafio imposto pelos filhos. Muito menos viável é entrar em uma briga para ver quem consegue mais. Diante de um comportamento inaceitável, uma boa técnica é descer na altura da criança e lhe dizer, em tom suave mas firme, que essa reação não será tolerada.

É importante que a reação ou correção do adulto ocorra imediatamente, não horas ou dias depois. Passado o momento, será mais difícil para a criança compreender a extensão do seu comportamento e o desconforto ou tensão que ele pode gerar. Assim como será mais difícil relacionar as regras ou instruções com a situação específica.

3. Estabeleça rotinas

Um aspecto fundamental para evitar comportamentos desobedientes e inesperados é estabelecer uma rotina claraManter uma programação estável e consistente no dia a dia ajuda a criança a antecipar o que vem a seguir. Isso torna mais fácil para ela entender a dinâmica ao seu redor, incentivando sua colaboração e equilíbrio em tudo o que você faz.

Em contraste, uma rotina desorganizada mostrará que não há estrutura, limites e regras. Que nada é esperado dela e que ela pode fazer o que achar melhor a qualquer momento. Na verdade, uma criança pode agir como desobediente ou desafiadora porque não entende o que é responsabilidade.

4. Defina regras e limites

Nessa rotina, é fundamental que existam regras e limites claros, argumentados e adaptados à idade e aos recursos. O menino ou a menina deve ser capaz de compreendê-los; caso contrário, não poderá aplicá-los. Por este motivo, é importante, ao estabelecer as regras, que todos os membros estejam presentes e expliquem por que elas foram decididas, o que se espera e quais são os benefícios.

As mensagens devem ser claras. Será inútil se disserem a um menino ou menina “não faça isso” sem comunicar qual é o comportamento desejável. Se a intenção é que ele pare de brincar para se sentar para comer, é melhor dizer: “Está na hora de parar. Deixe o brinquedo no lugar e sente-se para comer”.

5. Evite punições e reforce os bons comportamentos

Durante anos foi provado que a utilidade da punição é questionável. Além disso, uma punição pode levar a atitudes mais desafiadoras e comportamentos indesejáveis, porque o comportamento inadequado está surtindo efeito. Assim, recompensar os comportamentos positivos é muito mais eficaz.

Quando a criança se comporta bem, é fundamental indicar que ela está indo bem e por quê. Para isso, não é necessário lhe dar um presente ou algo material. Basta um gesto de carinho, agradecendo e comunicando a satisfação. Um abraço ou algumas palavras bastarão para que elas também queiram repetir aquela situação.

Mãe e filha conversando

As crianças não se tornam desobedientes do nada

Se há crianças desobedientes em casa, é preciso lembrar que essa atitude não vem do nada e não surge por capricho. Por trás desses comportamentos, é possível que haja uma criança tentando comunicar que deseja participar do seu ambiente. Ela pode precisar saber o que se espera dela e como agir.

Portanto, é fundamental que toda a família se envolva e que os canais de comunicação permaneçam abertos. Se você seguir essas orientações e o problema persistir, seria necessário considerar a possibilidade de procurar um profissional para orientar o processo.


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