Diga-me quem são seus amigos e eu lhe direi quem você é

Você admira as pessoas com quem passa mais tempo? Tenha em mente que a atitude do seu ambiente influencia o seu modo de ser. Vamos ver como.

Escrito e verificado por a psicóloga Sharon Laura Capeluto.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Pense nas cinco pessoas com quem você mais se relaciona, com quem passa mais tempo. Como elas vivem? Como elas pensam? Elas são corajosas ao tomar decisões? Lutam por seus sonhos? Estão ligadas às suas emoções? Seus vínculos são saudáveis? São capazes de se permitir cometer erros e aprender com eles?

Agora, pergunte a si mesmo se você as admira.

Dependendo da sua resposta, essas informações serão boas ou más notícias para você. Segundo o palestrante Jim Rohn, cada pessoa é a média das cinco pessoas mais próximas em sua vida. Ou seja, elas nos influenciam a ponto de acabar nos assemelhando a elas, tanto na forma de se comportar e agir na vida quanto em seus valores e pensamentos.

A influência das pessoas ao nosso redor

À primeira vista, a ideia pode parecer um pouco absurda. Talvez você esteja pensando “eu não sou nem um pouco parecido com meu irmão” ou “meu parceiro e eu somos muito diferentes” e eu não estou dizendo que você é uma cópia exata deles. Claro que não. No entanto, é provável que, se você se aprofundar em seus traços de personalidade, hábitos saudáveis ou não, formas de se expressar ou até mesmo de se vestir, acabe encontrando uma ampla gama de semelhanças que talvez não tenha notado até agora.

A frase do pensador e autor americano Jim Rohn afirma que os seres humanos tendem a se parecer com as pessoas ao nosso redor. Ele diz que se você escrever uma lista de seus gostos, interesses, hobbies, costumes, conhecimentos ou habilidades, perceberá que é o reflexo das pessoas com quem passa mais tempo.

Por sua vez, você também tem um impacto na vida ao seu redor. Há algo seu em cada uma das pessoas ao seu redor, seja seu temperamento, suas preferências musicais ou sua maneira de lidar com os problemas.

O psicólogo David McClelland, conhecido por sua teoria da necessidade de motivação, descobriu a partir de uma extensa pesquisa que 95% de nossos sucessos e fracassos estão relacionados àqueles mais próximos de nós. Por exemplo, é mais provável que você seja fisicamente ativo se os membros da sua família se exercitam com frequência ou beba álcool se o seu círculo de amigos o faz. Parece lógico, certo?

Os grupos

O fenômeno se repete: as pessoas se misturam ao iniciar um relacionamento ou grupos de jovens tendem a se vestir com um estilo de roupa muito semelhante. É que os grupos de pertencimento são fundamentais para a formação da identidade pessoal. Todos nós precisamos sentir que pertencemos a uma comunidade ou grupo. Dessa forma, nos sentimos confortáveis e aceitos.

Assim, as pessoas tendem a identificar-se e a sentirem-se cuidadas pelos grupos (formais ou informais) a que pertencem a partir de um sentimento de solidariedade com os semelhantes. Ao mesmo tempo, muitas vezes consideramos que devemos ser e deixar de ser desta ou daquela forma para pertencer a um grupo. Assim, adotamos aspectos ou qualidades dos membros desse grupo com o objetivo final de nos integrarmos.

O que o resto faz, pensa, rejeita ou celebra consciente ou inconscientemente influencia nossas vidas. Neste ponto do artigo, o ditado “diga-me com quem você anda e eu direi quem você é” faz sentido. Esse ditado sugere que uma pessoa pode ser conhecida pelas pessoas que frequenta. O nível de bem-estar em termos gerais é afetado positiva ou negativamente pelos nossos amigos, familiares e colegas de estudo ou de trabalho.

As pessoas são como esponjas. Absorvemos a energia que nos rodeia. Se nosso ambiente estiver de bom humor a maior parte do tempo, aproveitando e focando nas coisas agradáveis da vida, será mais fácil nos sentirmos felizes. O mesmo aconteceria ao contrário: rodeados de pessoas mal-humoradas e miseráveis, teremos dificuldade para continuar sorrindo.

Com quem você se relaciona?

Considerando esse assunto, seria aconselhável que tivéssemos mais cuidado ao escolher as pessoas com quem queremos nos relacionar. Não se trata de nos distanciar completamente de todos aqueles que não idolatramos ou nos tornarmos um ermitão, mas de estarmos conscientes das relações que construímos e sustentamos ao longo do tempo. Lembre-se de que você é alimentado por elas.

Pergunte a si mesmo se essas pessoas o apoiam ou limitam, se você se sente à vontade para estar na companhia delas ou se tende a reprimir suas emoções e pensamentos. Se elas estão orgulhosos ou envergonhados de você.

Analise seu círculo íntimo e avalie se tê-las por perto facilita o cumprimento de suas metas. Você pode escolher intencionalmente se cercar de pessoas que o inspiram a ser uma pessoa melhor. Com quem você quer manter  um vínculo e com quem não? Que vínculos você quer cultivar? Com que tipo de pessoas você gostaria de estabelecer vínculos a partir de agora?