Estrogênio: características e funções
O estrogênio é um hormônio sexual que costuma ser associado às mulheres. No entanto, você sabia que esse hormônio está envolvido na reprodução feminina e masculina? Além disso, também desempenha um papel em outros sistemas biológicos, como o sistema neuroendócrino, vascular, esquelético e imunológico.
Assim, o estrogênio é importante no indivíduo, sobretudo no que diz respeito à diferenciação sexual e gonadal das pessoas. A existência de hormônios gonadais em um indivíduo e sua concentração em um determinado momento constituem um quadro de referência que, em condições fisiológicas, é estabelecido pelos mecanismos de diferenciação sexual (1).
O precursor dos hormônios estrogênicos é o colesterol. Ele é formado intracelularmente a partir de radicais de acetato. Também pode ser absorvido pelas células e usado nas mitocôndrias.
Síntese de estrogênio
Como já dissemos, o seu precursor é o colesterol. A partir dele forma-se a pregneolona, que forma outras substâncias como a testosterona. Esta testosterona passa por um processo de aromatização para se tornar estrogênio estradiol.
Características químicas do estrogênio
O estrogênio pode ter dois tipos de estruturas:
- Esteroide.
- Não esteroide.
Estrogênio com estrutura esteroide
O estrogênio com estrutura esteroide tem o estradiol como principal produto. Esse hormônio sexual, por sua vez, possui dois metabólitos: estrona e estriol. A égua também produz outros tipos de esteroides naturais: equilina e equilenina. Além disso, existem outros tipos de estradiol de administração oral:
- Valerato.
- Succinato.
Também há o estrogênio conjugado. Trata-se de uma combinação dos sais de sódio dos éteres sulfato de estrona e equilina. São semelhantes aos que as éguas eliminam quando estão grávidas e podem ser administrados por via oral.
Estrogênio com estrutura não esteroide
Os principais são:
- Dietilestilbestrol.
- Clorotrianiseno: a partir dele surgiram os medicamentos tamaxifeno, clomifeno e taloxifeno.
Como o estrogênio atua na fisiologia
Sobre o sistema reprodutor
No sistema reprodutor, o estrogênio estimula o desenvolvimento das características sexuais das mulheres e influencia de forma decisiva o seu ciclo reprodutivo (1).
Assim, quando chega a puberdade, o estrogênio intervém no desenvolvimento da vagina, vulva, trompas de falópio e útero. Outras funções no sistema reprodutivo são:
- Promove o desenvolvimento dos seios e o crescimento ósseo.
- Ao longo do ciclo menstrual, as suas variações cíclicas causam alterações nos órgãos genitais, como a secreção da mucosa vaginal.
- Atua no sistema nervoso central. Por exemplo, o hipotálamo contém um grande número de receptores de estrogênio.
- Quando o estrogênio diminui, aumenta a secreção de hormônios como FSH e LH, que também influenciam diretamente as células gonadotróficas da hipófise.
- Também estimula a síntese de receptores de progesterona no hipotálamo, e prepara para a próxima ação da progesterona (1).
Efeitos no metabolismo e no sistema cardiovascular
O estrogênio causa retenção de nitrogênio, sal e água, o que, por sua vez, pode provocar edemas. Eles também desempenham um papel na fase da pré-menopausa, quando a massa óssea começa a ser perdida.
Por outro lado, o estrogênio contido nos anticoncepcionais reduz a tolerância à glicose enquanto aumenta os triglicerídeos plasmáticos, embora possa reduzir os níveis de colesterol ruim. Quando o estrogênio é usado em tratamentos como hipogonadismo ou menopausa, ele tem um efeito benéfico no sistema cardiovascular. Isso acontece porque:
- Aumenta o colesterol bom e os triglicerídeos.
- Reduz o colesterol ruim e a lipoproteína A.
Além disso, ele tem outros efeitos, como proteger o nosso sistema cardiovascular e agir como antioxidante.
Características farmacocinéticas do estrogênio
Esses hormônios são absorvidos tanto pela pele quanto pela vagina. Por via oral, a sua biodisponibilidade é muito baixa, portanto, essa via geralmente não é muito eficaz. Por via transcutânea ou vaginal, os níveis de estradiol atingem a faixa da fase folicular normal com menor elevação de estrona. A sua metabolização é estimulada por indutores, como barbitúricos e a rifampicina.
Reações adversas
As altas doses de estrogênio, como as usadas para tratar alguns cânceres de mama, causam náuseas constantes. Além disso, podem provocar hipercalcemia se houver metástases ósseas.
Aplicações terapêuticas
- Hipogonadismo masculino.
- Meninos com micropênis.
- Anemias.
- Edema angioneurótico hereditário.
- Carcinoma de mama.
- Ação anabolizante.
- Líquen escleroso.
Portanto, o estrogênio é um hormônio sexual que encontramos tanto no corpo humano quanto em animais. Ele é responsável, principalmente, por determinar certas características sexuais. Também é usado como medicamento quando necessário e, como vimos, tem múltiplas aplicações terapêuticas.
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Wierman, M. E., Arlt, W., Basson, R., Davis, S. R., Miller, K. K., Murad, M. H., … & Santoro, N. (2014). Androgen therapy in women: a reappraisal: an Endocrine Society clinical practice guideline. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, 99(10), 3489-3510.
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