Estrogênio: características e funções

No sistema reprodutor, o estrogênio estimula o desenvolvimento das características sexuais das mulheres e influencia de forma decisiva o seu ciclo reprodutivo. Saiba mais sobre ele a seguir.
Estrogênio: características e funções
Paula Villasante

Escrito e verificado por a psicóloga Paula Villasante.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

O estrogênio é um hormônio sexual que costuma ser associado às mulheres. No entanto, você sabia que esse hormônio está envolvido na reprodução feminina e masculina? Além disso, também desempenha um papel em outros sistemas biológicos, como o sistema neuroendócrino, vascular, esquelético e imunológico.

Assim, o estrogênio é importante no indivíduo, sobretudo no que diz respeito à diferenciação sexual e gonadal das pessoas. A existência de hormônios gonadais em um indivíduo e sua concentração em um determinado momento constituem um quadro de referência que, em condições fisiológicas, é estabelecido pelos mecanismos de diferenciação sexual (1).

O precursor dos hormônios estrogênicos é o colesterol. Ele é formado intracelularmente a partir de radicais de acetato. Também pode ser absorvido pelas células e usado nas mitocôndrias.

Síntese de estrogênio

Como já dissemos, o seu precursor é o colesterol. A partir dele forma-se a pregneolona, ​​que forma outras substâncias como a testosterona. Esta testosterona passa por um processo de aromatização para se tornar estrogênio estradiol.

Estrogênio: características e funções

Características químicas do estrogênio

O estrogênio pode ter dois tipos de estruturas:

  • Esteroide.
  • Não esteroide.

Estrogênio com estrutura esteroide

O estrogênio com estrutura esteroide tem o estradiol como principal produto. Esse hormônio sexual, por sua vez, possui dois metabólitos: estrona e estriol. A égua também produz outros tipos de esteroides naturais: equilina e equilenina. Além disso, existem outros tipos de estradiol de administração oral:

  • Valerato.
  • Succinato.

Também há o estrogênio conjugado. Trata-se de uma combinação dos sais de sódio dos éteres sulfato de estrona e equilina. São semelhantes aos que as éguas eliminam quando estão grávidas e podem ser administrados por via oral.

Estrogênio com estrutura não esteroide

Os principais são:

  • Dietilestilbestrol.
  • Clorotrianiseno: a partir dele surgiram os medicamentos tamaxifeno, clomifeno e taloxifeno.

Como o estrogênio atua na fisiologia

Sobre o sistema reprodutor

No sistema reprodutor, o estrogênio estimula o desenvolvimento das características sexuais das mulheres e influencia de forma decisiva o seu ciclo reprodutivo (1).

Assim, quando chega a puberdade, o estrogênio intervém no desenvolvimento da vagina, vulva, trompas de falópio e útero. Outras funções no sistema reprodutivo são:

  • Promove o desenvolvimento dos seios e o crescimento ósseo.
  • Ao longo do ciclo menstrual, as suas variações cíclicas causam alterações nos órgãos genitais, como a secreção da mucosa vaginal.
  • Atua no sistema nervoso central. Por exemplo, o hipotálamo contém um grande número de receptores de estrogênio.
  • Quando o estrogênio diminui, aumenta a secreção de hormônios como FSH e LH, que também influenciam diretamente as células gonadotróficas da hipófise.
  • Também estimula a síntese de receptores de progesterona no hipotálamo, e prepara para a próxima ação da progesterona (1).
Ação do estrogênio no organismo

Efeitos no metabolismo e no sistema cardiovascular

O estrogênio causa retenção de nitrogênio, sal e água, o que, por sua vez, pode provocar edemas. Eles também desempenham um papel na fase da pré-menopausa, quando a massa óssea começa a ser perdida.

Por outro lado, o estrogênio contido nos anticoncepcionais reduz a tolerância à glicose enquanto aumenta os triglicerídeos plasmáticos, embora possa reduzir os níveis de colesterol ruim. Quando o estrogênio é usado ​​em tratamentos como hipogonadismo ou menopausa, ele tem um efeito benéfico no sistema cardiovascular. Isso acontece porque:

  • Aumenta o colesterol bom e os triglicerídeos.
  • Reduz o colesterol ruim e a lipoproteína A.

Além disso, ele tem outros efeitos, como proteger o nosso sistema cardiovascular e agir como antioxidante.

Características farmacocinéticas do estrogênio

Esses hormônios são absorvidos tanto pela pele quanto pela vagina. Por via oral, a sua biodisponibilidade é muito baixa, portanto, essa via geralmente não é muito eficaz. Por via transcutânea ou vaginal, os níveis de estradiol atingem a faixa da fase folicular normal com menor elevação de estrona. A sua metabolização é estimulada por indutores, como barbitúricos e a rifampicina.

Reações adversas

As altas doses de estrogênio, como as usadas para tratar alguns cânceres de mama, causam náuseas constantes. Além disso, podem provocar hipercalcemia se houver metástases ósseas.

Aplicações terapêuticas

Portanto, o estrogênio é um hormônio sexual que encontramos tanto no corpo humano quanto em animais. Ele é responsável, principalmente, ​​por determinar certas características sexuais. Também é usado ​​como medicamento quando necessário e, como vimos, tem múltiplas aplicações terapêuticas.


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  • Señarís, J. A. A., & Flórez, J. (2014). Hormonas sexuales: estrógenos, gestágenos, andrógenos y anticonceptivos hormonales. In Farmacología humana (pp. 803-823). Elsevier.
  • Wierman, M. E., Arlt, W., Basson, R., Davis, S. R., Miller, K. K., Murad, M. H., … & Santoro, N. (2014). Androgen therapy in women: a reappraisal: an Endocrine Society clinical practice guideline. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, 99(10), 3489-3510.
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