12 hábitos que cuidam do cérebro e reduzem o risco de demência

A plasticidade é uma das características mais marcantes do cérebro. Sempre é tempo de estabelecer mudanças para promover o seu bem-estar e, assim, reduzir o possível risco do declínio cognitivo e do aparecimento de demências.
12 hábitos que cuidam do cérebro e reduzem o risco de demência
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 15 novembro, 2021

Existem vários hábitos que cuidam do cérebro. Eles fazem isso independentemente de quantos anos você tem ou do estilo de vida que você levou até agora. São mudanças necessárias que atuam como verdadeiras revoluções para o nosso bem-estar e, sobretudo, para a saúde do cérebro que tantas vezes negligenciamos, quase sem saber.

O neurocientista David Eagleman ressalta em A Vida Secreta do Cérebro que passamos nossas vidas preocupados, ansiosos e entediados, sem entender que estamos entre as criaturas mais sortudas deste mundo. Nem sempre apreciamos a sofisticação que está contida no nosso universo neurológico, como as pessoas são extraordinárias por terem um dos órgãos mais excepcionais da natureza.

O cérebro contém não apenas o que somos, mas também o que podemos nos tornar. Uma das suas características fundamentais é a plasticidade. É o processo pelo qual podemos modificar hábitos ou conhecimentos predeterminados, aprendendo coisas novas, aumentando a felicidade e até prevenindo doenças.

Vamos analisar.

Mulher feliz e pensativa

12 hábitos que cuidam do cérebro

Muitos de nós associamos as demências, como a doença de Alzheimer, aos idosos. Trata-se daquela doença triste que nossos avós ou pais sofrem quando chegam aos 70 ou 80 anos. No entanto, ignoramos que este tipo de doença neurodegenerativa tem sua semente plantada na juventude e em idades mais precoces do que pensamos.

Especialistas no assunto, como a Dra. Lisa Mosconi, diretora associada da Clínica de Prevenção de Alzheimer da Universidade Cornell, diz que todos nós podemos e devemos ser proativos na redução do início do declínio cognitivo. Além disso, um estudo publicado pela revista The Lancet em 2020 enfatiza uma ideia importante.

Um grupo de 28 especialistas realizou uma exaustiva análise de pesquisa para concluir que há uma série de hábitos de vida que podem reduzir o risco de desenvolver demência em até 40%. Assim, uma vez que todos nós desejamos desfrutar de um ciclo de vida livre dos efeitos do declínio cognitivo, nunca é demais aplicar aqueles hábitos que cuidam do cérebro de acordo com a ciência.

1. Controlar a pressão arterial para viver melhor

A hipertensão é um inimigo silencioso e mortal. Não só coloca em risco a saúde cardiovascular, mas também altera o fluxo sanguíneo e a nutrição que chega ao cérebro. Para isso, é conveniente fazer o seguinte:

  • Reduzir o consumo de sal.
  • Ir ao médico para fazer check-ups regulares e, se necessário, tomar remédios para regular a pressão arterial.
  • Manter uma vida ativa fazendo exercícios regularmente.
  • Controlar as fontes de ansiedade e estresse diário.

2. Mais uma vez… não fumar (e cuidado com o fumo passivo)

Todos nós conhecemos muito bem o efeito do tabaco na saúde. No entanto, além do conhecido risco cancerígeno, não podemos negligenciar o efeito que o cigarro tem no cérebro.

Da mesma forma, não basta apenas parar de fumar, é importante não se expor à fumaça de quem ainda não abandonou esse hábito nocivo.

3. Não tomar álcool para melhorar a saúde do cérebro

O problema do álcool continua sendo uma realidade de grande impacto na sociedade. É importante saber que o consumo excessivo de álcool impede o cérebro de gerar novos neurônios, diminui sua funcionalidade, aumenta o risco de sofrer de distúrbios psicológicos e também de demências.

4. O problema das cidades com alta poluição

Entre os hábitos que cuidam do cérebro, há um que nem sempre é fácil de alcançar. Viver em um ambiente sem poluição reduz o risco de doenças e de declínio cognitivo. Na medida do possível, vamos garantir que a nossa vida se desenrole em um ambiente livre de poluição, porque essas atmosferas nocivas afetam o funcionamento do nosso cérebro.

5. O melhor investimento? A reserva cognitiva

Definimos reserva cognitiva como aquele construto neuropsicológico que nos permite lidar com mudanças cerebrais relacionadas à idade ou a alguma patologia. Algo tão básico e simples como ser intelectualmente ativo aumenta essa cota de reserva, permite que as conexões neurológicas sejam mais fortes e, com isso, o passar do tempo nos afetará muito menos.

Portanto, entre os hábitos que cuidam do cérebro, não se esqueça de alimentar a curiosidade, de aprender coisas novas todos os dias, ler, descobrir, ter conversas enriquecedoras, praticar jogos de memória ou estimulação cognitiva…

6. Um peso saudável nos permite ter uma melhor qualidade de vida

Sabemos que a obesidade é um fator de risco para várias doenças: diabetes, problemas cardiovasculares, câncer… Porém, o excesso de peso também aumenta o risco de desenvolvermos demências.

Portanto, não hesite em consultar especialistas (nutricionistas, endocrinologistas, psicólogos…) para alcançar um peso mais saudável.

7. A ligação entre a depressão e a demência: peça ajuda para tratar esta doença

Esta informação é importante. Estudos, como os realizados na Universidade de Cambridge, mostram que existe uma relação entre a depressão e a demência. Pesquisas com mais de 35 anos mostram que aqueles que sofreram de depressão maior não tratada apresentam um risco maior de desenvolver um declínio cognitivo.

8. Cuidado com quedas, acidentes e traumas

As lesões na cabeça podem causar danos permanentes e perigosos ao cérebro. Às vezes, podemos sofrer uma queda ou um golpe e logo apresentar alterações no funcionamento do cérebro.

O maior gatilho para esse tipo de trauma acontece em decorrência de acidentes de carro. Por isso, vamos usar sempre o cinto de segurança e tomar cuidado ao dirigir.

Como proteger o cérebro?

9. Cuidado com a perda auditiva

A perda auditiva não é um problema menor. Sabemos, por exemplo, que a perda auditiva está ligada à depressão e que, quando os dois não são tratados, levam a pessoa ao isolamento progressivo. Esses fatores causam um declínio mental e isso é algo que, afinal, poderíamos facilmente evitar com o uso de próteses auditivas quando necessário.

10. Prevenir a diabetes

A diabetes aumenta o risco de demência vascular. É importante lembrar que todos nós podemos evitar o desenvolvimento de diabetes tipo 2 adotando melhores hábitos de vida.

Reduzir o consumo de açúcar, cuidar da dieta e praticar esportes regularmente são ótimos hábitos para a nossa saúde geral.

11. Praticar exercício físico

Não precisamos nos tornar atletas. Basta assumir um estilo de vida ativo no qual, por exemplo, não falte aquela caminhada diária de meia hora. Nadar, dançar, andar de bicicleta ou descobrir o tipo de atividade que melhor se adapta às nossas necessidades pode, sem dúvida, reduzir o risco de demências.

12. Ter uma vida social ativa

Entre os hábitos que cuidam do cérebro, há um que não pode faltar na sua vida: o bom relacionamento social. Passar um tempo com amigos compartilhando experiências e conversas interessantes cria uma sensação de bem-estar.

Ter um parceiro com quem compartilhar uma vida feliz, na qual não faltem projetos, também nos mantém ativos, felizes e otimistas. Todos esses hábitos são sementes de bem-estar que se revertem em nossa saúde mental e cerebral.

Não vamos hesitar em colocar todas essas dicas em prática hoje mesmo.


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  • Gill Livingston, Jonathan Huntley, Andrew Sommerlad, David Ames, Clive Ballard, Sube Banerjee, Carol Brayne (2020) Dementia prevention, intervention, and care: 2020 report of the Lancet Commission. The LancetVol. 396No. 10248 Published: July 30, 2020. Doi DOI:https://doi.org/10.1016/S0140-6736(20)30367-6
  • Holmquist S, Nordström A, Nordström P (2020) The association of depression with subsequent dementia diagnosis: A Swedish nationwide cohort study from 1964 to 2016. PLoS Med 17(1): e1003016. https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1003016

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