A linguagem corporal do sentimento de inferioridade
Não é preciso recorrer às palavras para se expressar. O tempo todo conversamos com os nossos gestos, com as nossas posturas e com as expressões do rosto. Um bom exemplo disso é a linguagem corporal do sentimento de inferioridade. Embora tentemos escondê-lo, há muitas maneiras de dizer com o nosso corpo que temos um conceito ruim sobre nós mesmos.
A linguagem corporal do sentimento de inferioridade tem um importante impacto social. Todos nós estamos capacitados para interpretar as mensagens do corpo, mesmo que não tenhamos lido nada sobre isso. No entanto, essa interpretação ocorre no plano inconsciente, mas mesmo assim, determina, em grande parte, a maneira de ver os outros e de se relacionar com eles.
“Ninguém pode nos fazer sentir inferiores sem o nosso consentimento”.
– Eleanor Roosevelt –
Em outras palavras, a linguagem corporal do sentimento de inferioridade faz com que os outros o percebam como uma pessoa que não se ama. O efeito disso é que serão ativados os comportamentos que correspondem à imagem empobrecida que você projeta. As pessoas o perceberão como inferior e agirão de acordo.
Mas, como é essa linguagem daqueles que se sentem inferiores? A seguir, falaremos sobre alguns dos gestos que a representam.
O encolhimento e a linguagem corporal do sentimento de inferioridade
Instintivamente, todos os animais tendem a tentar ficar menores ou maiores quando sentem que estão em desvantagem em comparação com o outro. O mais comum é que se encolham e procurem uma maneira de se tornarem pequenos para não serem vistos. No entanto, o pavão real, por exemplo, estende a sua plumagem para parecer maior quando sente que está enfrentando algo que o ameaça.
Os seres humanos fazem algo semelhante. Esse encolhimento é visto como um “enconchar-se”, isto é, uma tentativa de nos tornarmos semelhantes a uma concha fechada em si mesma. Este é um gesto típico na linguagem corporal do sentimento de inferioridade.
Manifesta-se, acima de tudo, como um encurvamento. O corpo se inclina sobre si mesmo ao caminhar ou sentar. Essa inclinação é visível, embora apenas se manifeste na cabeça. De fato, o famoso gesto de fazer reverência é uma maneira consciente de inclinar-se diante de alguém que é visto como superior.
O cruzamento
Juntamente com o gesto de encolhimento e como um reforço deste, também é comum que aqueles que se sentem inferiores procurem maneiras de criar escudos para isolar ou proteger o seu corpo. É uma forma de expressar uma atitude defensiva, de autoproteção e delimitação do território. Supõe um forte sentimento de inferioridade.
Normalmente, os braços e pernas são cruzados. Cruzar os braços na altura do peito coloca uma barreira defensiva diante do outro. O cruzamento das pernas, por sua vez, cumpre a função de se diminuir e se fechar sobre si mesmo. Denota claramente a intenção de se proteger de algo ou alguém supostamente mais poderoso.
Pequenos movimentos na linguagem corporal do sentimento de inferioridade
Quando o que prevalece é um sentimento de inferioridade, a pessoa sente como se devesse se esgueirar pelo mundo; isto é, tenta não atrair atenção, passar despercebida e “não perturbar” ninguém com a sua presença. Uma pessoa que se sente inadequada geralmente assume que não se sente à vontade somente por estar ali. Em suma, ela tenta não ser notada, porque ser vista ou ouvida gera sentimentos de vergonha.
Do ponto de vista da linguagem corporal do sentimento de inferioridade, tudo isso se manifesta como uma tendência insistente de realizar movimentos curtos. As pessoas caminham com passos curtos, fazem pequenos movimentos com as mãos, dizem frases curtas. Tudo isso cumpre a função de reduzir o efeito da sua presença.
Gestos de empoderamento
A psicóloga Amy Cuddy, autora do livro “Sua Linguagem Corporal Molda Quem Você É”, diz que a ciência detectou um fenômeno muito interessante: a postura que adotamos influencia notoriamente o que sentimos e pensamos, e o inverso também ocorre. Portanto, quanto mais adotarmos a linguagem corporal da inferioridade, mais inferiores nos sentiremos.
Cuddy propõe fazer o oposto. Ela diz que, em um momento de insegurança ou falta de autoconfiança, devemos adotar uma linguagem corporal poderosa. De acordo com a sua abordagem, leva apenas dois minutos para que as ideias que passam pela nossa cabeça comecem a mudar.
Assim, em momentos de estresse ou medo, é uma boa ideia mudar a postura do nosso corpo. Cuddy nos aconselha a ficar em pé e apoiar as pontas dos dedos sobre uma mesa, com a cabeça erguida e as costas retas. Segundo ela, essa posição aumentará a testosterona, e com isso surge um sentimento de empoderamento.
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- James, J. (2003). El lenguaje corporal: proyectar una imagen positiva. Paidós.