Método silábico: como integrá-lo às aulas?

O método silábico é uma técnica para ensinar as crianças a ler desde pequenas. Mas como podemos integrá-lo às aulas para que seja eficaz?
Método silábico: como integrá-lo às aulas?
Gema Sánchez Cuevas

Revisado e aprovado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

O método silábico foi desenvolvido por dois pedagogos: Federico Gedike e Samiel Heinicke. Ambos se focaram na busca por uma técnica que permitisse às crianças aprender a ler de uma maneira muito mais rápida e efetiva. Por isso, desenvolveram esse método que utiliza as sílabas e suas combinações para facilitar esse processo.

De acordo com alguns artigos, como Escritura y lectura: hecho social, no natural (Escrita e leitura: fato social, não natural), “o método silábico é uma derivação do método fonético”. A razão reside no fato de que, antes de apresentar as sílabas às crianças, é necessário que elas compreendam o som de cada palavra separadamente para, depois, fazer as combinações correspondentes.

Criança pequena lendo um livro

O método silábico nas aulas

Como aponta o artigo Escritura inicial y estilo cognitivo (Escrita inicial e estilo cognitivo), é um método que permite “que as crianças reconheçam e empreguem corretamente as grafias que cada letra do alfabeto representa e façam combinações com elas de acordo com as regras da língua objeto da aprendizagem”.

Por isso, para colocá-lo em prática nas aulas, é importante seguir estes passos.

Vogais e consoantes

Todos os exercícios que serão realizados com os estudantes durante a aplicação do método silábico vão se focar primeiro nas vogais e, depois, no trabalho com as consoantes. Vamos conhecê-los de uma maneira exemplificada para poder entender:

  • Aprendizado das vogais: são ensinadas as letras a-e-i-o-u, destacando sua leitura e escrita. Assim, os alunos vão começar lendo essas letras em voz alta e identificarão o som com a grafia correspondente.
  • Aprendizado das consoantes: elas não são ensinadas de maneira isolada, e sim unidas às vogais que os alunos já conhecem. Por isso, costuma-se utilizar combinações fáceis, como ma-me-mi-mo-mu. O importante é que cada aluno se familiarize com o som das consoantes unidas às vogais.

Estes são os primeiros exercícios que podem ser feitos em sala de aula e que formam a base do sistema silábico. Podem ser utilizadas cores, principalmente nas combinações de consoantes e vogais para deixar a aprendizagem muito mais simples.

Uma vez consolidado esse primeiro passo, vamos seguir para o próximo.

Trabalhando com as sílabas

Agora que os alunos já estão familiarizados com as vogais e as consoantes, e também com algumas combinações dessas letras, é importante dar mais um passo.

Como vemos, o método silábico é progressivo e vai aumentando a dificuldade à medida que os alunos vão assimilando os conhecimentos. Para trabalhar com as sílabas de uma forma mais avançada, estes são alguns exercícios fundamentais:

  • Introduzir uma consoante nas combinações de vogal-consoante: estamos falando de exercícios em que sejam trabalhadas a pronúncia e a grafia, por exemplo, bra-bre-bri-bro-bru ou pla-ple-pli-plo-plu.
  • Trabalhar com sílabas na ordem inversa: até o momento os alunos viram apenas combinações em que a consoante (ou duas consoantes) aparece primeiro e, depois, vem a vogal. Mas, nesse ponto, a dificuldade pode ser aumentada ao mudar essa ordem. Assim, é possível trabalhar com al-el-il-ol-ul ou -ar-er-ir-or-ur.

Trabalhar dessa forma com as sílabas vai permitir que as crianças descubram como uma mesma consoante pode mudar de pronúncia dependendo da combinação que fizer com as vogais. Por exemplo, a pronúncia não é a mesma em “ramo” e “parar”.

Ditongos, tritongos e sílabas mistas

Tendo chegado a esse ponto, dominando os anteriores, é conveniente começar a ver outras combinações que podem ocorrer entre vogais e consoantes, como os ditongos, os tritongos e as sílabas mistas. Vamos ver alguns exercícios que podem ser realizados com este fim:

  • Ditongos: são os mais simples, razão pela qual serão introduzidos às crianças no trabalho com ditongos simples, como ai-ou-ei, além de outras séries possíveis de combinações.
  • Tritongos: vamos acrescentar mais uma vogal às unidades anteriores, por exemplo, iau (para miau) ou uai (para Uruguai).
  • Sílabas mistas: nesse caso, combinam-se as sílabas que foram estudadas no começo (consoante + vogal) com aquelas invertidas (vogal + consoante). Tudo isso formando uma única palavra. Alguns exemplos são: ar-den-te ou ar-tis-ta.

“Um bom professor pode criar esperança, despertar a imaginação e inspirar amor pela aprendizagem”.
-Brad Henry-

Mãe e filha lendo um livro

Formação de orações e leitura expressiva

Uma vez realizados todos os passos anteriores, os alunos estarão preparados para começar a construir frases cada vez mais amplas, até chegar a formar orações. No entanto, em todo caso, a finalidade principal do método silábico é fazer com que consigam ler e compreender um texto de uma maneira fácil e sem problemas.

O melhor desse método é que ele funciona muito bem, já que permite que os pequenos comecem se familiarizando com as grafias e os sons para terminar sendo capazes de ler um texto, e não apenas isso, mas também de compreendê-lo. Além disso, também favorece o aprendizado autônomo para escrever frases, orações, e até mesmo textos curtos.

Talvez não tenhamos falado de um dos métodos mais conhecidos, mas ele pode ser facilmente integrado nas aulas sempre que forem realizados exercícios cuja dificuldade vá aumentando, assim como explicamos por meio dos exemplos citados. Quando bem realizado, esse método pode levar a resultados muito positivos.


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