Por que delegar tarefas reduz o estresse?

Por que delegar tarefas reduz o estresse?
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 02 março, 2022

Somos encorajados a vencer, a ser os melhores, a cumprir muitas responsabilidades, etc. Algumas pessoas tomam essas sugestões como obrigações e as internalizam, inadvertidamente escravizando suas vidas e tornando sua existência uma corrida atrás do relógio. Nesse caso e em outros, em que a pessoa é submetida a grande estresse, poder delegar tarefas ou responsabilidades costuma ajudar.

No entanto, existem pessoas que têm a possibilidade de compartilhar uma tarefa, mas não identificam essa possibilidade, ou uma vez identificadas, não conseguem fazê-lo. Em geral, para essas pessoas o que é considerado socialmente correto é muito importante. Elas muitas vezes dizem a si mesmos com firmeza que “devem” fazer isso, ou que “têm que” cuidar disso. Até as situações de lazer tornam-se uma obrigação. Não é de estranhar que esse “abranger tudo” seja um fator que aumenta o estresse. Mas como isso se manifesta na prática? Quais são os pontos mais importantes a serem modificados?

Aqueles que têm dificuldade em delegar e confiar nas habilidades dos outros para resolver problemas também tendem a superproteger seus familiares. Assim, realizam muitas tarefas que não deveriam realizar e raramente pedem ajuda, a menos que seja absolutamente necessário.

Essas pessoas tendem a controlar e querem estar cientes de todas as questões. São especialistas em encontrar desculpas, aparentemente razoáveis, para não delegar.

Estresse, cansaço e prazer

No entanto, apesar de se recompensarem internamente por isso, cuidar de tudo é cansativo e estressante para elas. É uma barreira para aproveitar as coisas, mesmo os prazeres simples e cotidianos, e os relacionamentos com os outros. Sua dificuldade em focar em aspectos positivos torna-se muito visível em situações sociais, onde surgem suas críticas em relação a tudo que não funciona bem.

Desempenhar papéis diferentes em contextos diferentes não é nada estranho. Devemos crescer profissionalmente, atender pais, filhos, parceiros, amigos, sem perder a alegria e a vontade de criar pelo caminho. Mas, com paciência e dedicação, podemos gerenciar melhor o estresse e transformar gradualmente essa grande demanda interna.

Alguns pontos gerais e importantes para mudança

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* Lembre-se que a autoestima não depende de nos percebermos ou sermos percebidos como seres perfeitos.

* Podemos parar para analisar os motivos que nos damos para assumir as tarefas dos outros, questionar se eles realmente são assim, ainda melhor se convidarmos outros a pensar conosco. Estamos sendo dominados por medos sem muito apelo às evidências?

* Confie na força e nas habilidades dos outros.

* Olhe para as áreas em que aqueles ao nosso redor têm melhor desempenho. Todos temos nossos pontos fortes, reconhecê-los fortalece os laços.

* Delegue de acordo com as possibilidades e idade de cada pessoa. Sempre é possível contribuir com algo.

* Trabalhar em equipe em diferentes áreas significa coordenação e interação, não fazer as tarefas das outras pessoas.

* Estimular uma boa comunicação em grupo, para que todos se sintam à vontade para se expressar, é importante.

* Defina bem cada tarefa, bem como os motivos para realizá-la.

* Colaborar com a circulação de ajuda e orientação.

Delegar não é esquecer

É importante entender que delegar não significa desconsiderar algo, mas dar lugar aos outros assim como eles nos dão espaço, para que todos possamos aprender com a experiência. Até nos permite pensar de forma mais estratégica, enquanto paramos com o estresse. Tentar controlar tudo não é garantia de eficácia. Aceitar que mesmo quando nos esforçamos para dar o melhor de nós mesmos, a vida envolve assumir diferentes possibilidades beneficia nossa capacidade de adaptação e nos aproxima da resposta à nossa pergunta inicial, por que a delegação de tarefas reduz o estresse?


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.