Os 4 princípios da atração de H.T. Reis

Em muitas ocasiões, temos dificuldade de identificar o que nos atrai em uma determinada pessoa. Podemos até fazer uma atribuição errada. Para entender isso, H.T. Reis definiu os seus quatro princípios de atração, que explicariam esse misterioso magnetismo entre dois seres humanos.
Os 4 princípios da atração de H.T. Reis
Gema Sánchez Cuevas

Escrito e verificado por a psicóloga Gema Sánchez Cuevas.

Última atualização: 04 junho, 2020

Segundo o psicólogo H.T. Reis, professor de psicologia da Universidade de Rochester, os estudos e a literatura disponíveis permitem estabelecer quatro princípios da atração entre as pessoas. Esses princípios são os de semelhança, proximidade, reciprocidade e estresse.

A definição desses quatro princípios da atração é baseada, principalmente, em estudos de relacionamentos amorosos. No entanto, o autor defende a sua aplicabilidade em qualquer forma de relacionamento interpessoal que não envolva laços familiares.

Cada um dos quatro princípios da atração fala sobre um fator que é decisivo ao categorizar o outro como alguém desagradável ou atraente . Todos mostram que, nessa rotulagem, a mente da própria pessoa influencia mais do que as características da outra.

“Suponho que sentir um certo interesse por uma pessoa necessariamente gera a convicção de que ela é bonita”.
– Geoffrey Rush –

Casal apaixonado se olhando

Os princípios da atração propostos por H.T. Reis

1. Princípio da semelhança

Este princípio indica que as pessoas tendem a se sentir atraídas por aqueles que se assemelham a elas. De alguma forma, isso contradiz a ideia de que “os opostos se atraem”. Na verdade, parece que gostamos mais daqueles com quem compartilhamos interesses, preocupações ou motivações.

Esse princípio se baseia no trabalho de Donn-Byrne, que formulou a chamada lei da atração em 1971. Essa lei indica que, quanto maior o número de elementos semelhantes, maior a atração entre duas pessoas.

A semelhança é um dos princípios da atração por três razões:

  • Aqueles que se parecem conosco estão em uma melhor posição para validar o que acreditamos, pensamos e somos. Isso é muito gratificante.
  • As semelhanças reafirmam os nossos interesses e gostos. Quando percebemos que mais pessoas os compartilham, deduzimos que eles são mais válidos.
  • A semelhança facilita o compartilhamento dos mesmos ambientes sem conflitos ou sacrifícios. Se uma pessoa gosta de teatro e a outra de longas caminhadas, elas acabam fazendo cada atividade separadamente ou se sacrificando e participando de atividades das quais não gostam. Se os gostos são semelhantes, esse sacrifício não ocorre ou as atividades em conjunto são mais frequentes e de maior qualidade.

2. Princípio da proximidade

O princípio da proximidade estabelece que é mais provável estabelecer uma amizade ou um relacionamento amoroso com as pessoas de quem estamos próximos – seja fisicamente ou não.

Compartilhar o mesmo ambiente – real ou virtual – não apenas facilita as oportunidades de interação, mas tende a aumentar a simpatia mútua entre as pessoas.

Em um experimento, foram apresentadas a um grupo de voluntários fotografias de pessoas desconhecidas. A mesma coisa foi repetida duas vezes. Na segunda vez, as fotografias foram de novos estranhos e, a seguir, foram incluídas algumas fotografias apresentadas no primeiro lote.

Os voluntários rotularam os estranhos que viram duas vezes como mais atraentes do ​​que os demais.

No entanto, se o contato for extremamente contínuo ou muito prolongado, a atração poderá se tornar aversão. O mesmo acontece quando, inicialmente, existe antipatia e a proximidade é mantida apesar disso.

3. Princípio da reciprocidade

Outro dos princípios da atração é o da reciprocidade. Ele indica que tendemos a nos sentir mais atraídos pelas pessoas em quem percebemos uma maior aprovação. Em outras palavras, somos mais simpáticos com aqueles que também simpatizam conosco.

Isso ocorre porque sentir-se aceito e aprovado pelos outros cria um sentimento de maior segurança, confiança e gratificação. Ser aceito pelos outros gera uma cadeia de sentimentos positivos dentro de nós. Portanto, somos atraídos pela fonte de tais sentimentos.

Conforme estabelecido por H.T. Reis, o princípio da reciprocidade exerce uma influência maior do que o princípio da semelhança. Iremos nos sentir atraídos por alguém que não se parece muito conosco se essa pessoa mostrar que nos aceita e nos trata com amabilidade.

Casal sorrindo tomando café

4. Princípio de estresse e ansiedade

Este é o mais paradoxal dos princípios da atração. Ele ressalta que as pessoas tendem a gostar de nós e nos atraem mais quando estamos em circunstâncias que geram ansiedade e estresse.

Então, se vamos velejar e um tubarão aparece, o capitão do navio parece atraente. Ou se alguém compartilhar um salto de paraquedas conosco, o acharemos mais atraente.

Isso explica por que, sob condições nas quais nos sentimos assustados ou ameaçados, desejamos um maior contato social. A companhia do outro nos fornece segurança e confiança, criando assim um vínculo que desejamos que seja positivo.

Todos esses princípios falam sobre a atração, mas não sobre o e afeto ou o amor. Ou seja, são fatores que influenciam esse tipo de harmonia inicial com as outras pessoas, mas não determinam a qualidade ou a profundidade de um relacionamento.


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  • Simbrón, H. P. (2012). La atracción en la elección de pareja. Revista científica de Ciencias de la Salud, 5(1), 55-60.

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