Quando somos prisioneiros do nosso sofrimento

Quando somos prisioneiros do nosso sofrimento
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 22 dezembro, 2022

A dor, o sofrimento, dizem, é algo inerente ao ser humano. Pode ser o preço de estar vivo, ou um teste constante para extrair força da fraqueza e seguir em frente. Ainda ninguém chegou a uma conclusão clara sobre isso. Mas existe.

Dor física, dor existencial, sofrimento… é difícil saber qual deles pode ser o mais intenso. Mas às vezes, ambos podem andar de mãos dadas.

As depressões muitas vezes afundam a pessoa em intensas dores musculares e esqueléticas que agravam ainda mais a doença. Na fibromialgia, por exemplo, segundo especialistas, ambas as dimensões, a física e a psíquica, podem andar de mãos dadas.

O sofrimento pode alcançar a todas as pessoas. A qualquer momento e por qualquer motivo, ele pode nos pegar.

É curioso ver como as pessoas o enfrentam de diferentes maneiras e conseguem manter uma qualidade de vida adequada,  para mitigar o sofrimento dessas correntes invisíveis que às vezes nos imobilizam.

Vamos dar uma olhada em algumas orientações:

1. A dor não durará para sempre

É uma realidade que os médicos nos explicam. Devemos ter em mente que a própria dor tem um propósito: nos dizer que há algo errado.

Essa pontada que imobiliza nosso braço pode indicar que estamos prestes a sofrer um infarto do miocárdio, ou aquele bombeamento em nossas têmporas está nos alertando que estamos cansados e saturados de estresse.

A dor é um indicador, mas como tal, não terá uma persistência continuada. O cérebro geralmente o envia em etapas de intensidade diferente no caso de ser de origem física.

No caso de tal condição ser psicológica, dependerá em grande parte de nós mesmos para podermos enfraquecê-la. Enfrentando sua origem.

2. Nossa atitude para assumir e enfrentar a dor

Uma das melhores maneiras de atenuar a realidade da dor é, sem dúvida, entender sua origem e pensar que o alívio finalmente virá. A atitude com que lidamos com isso será fundamental.

É difícil nestes casos falar, por exemplo, da força do otimismo, mas há muitos exemplos em que a força de vontade de uma pessoa permitiu que uma doença fosse muito mais curta, ou chegasse a uma boa resolução. 

O desânimo, a negatividade ou a depressão influenciam no aumento da dor e no fato de termos que recorrer a um analgésico, por exemplo. Devemos buscar um propósito, um objetivo, uma ilusão.

Seja uma depressão, uma enxaqueca ou um momento de desespero e tristeza, tudo pode ser melhor enfrentado se injetarmos uma dose de otimismo.

Uma autoestima bem reforçada e o desejo de continuar vivendo os dias com energia, fará muito mais por nós do que qualquer vitamina ou analgésico.

3. Apoio social para encontrar alívio

Sentir-se compreendido e cuidado é mais uma corda para não cair, para que a cada dia a dor ou sofrimento diminua e possamos enxergar aquele horizonte onde o bem-estar já chega.

Poder compartilhar nossa realidade e nosso sofrimento, sem dúvida, nos ajudará a aliviar os fardos

mulher dormindo

Às vezes, a realidade da dor não é bem compreendida e afunda muitas pessoas em uma solidão acentuada.

Parentes que recriminam “você está sempre assim”, ou “você esta exagerando”, aumentam ainda mais esse sofrimento pessoal. É comum ouvir algumas frases desse estilo.

Portanto, devemos saber buscar o apoio adequado, aquela pessoa ou aqueles que realmente podem nos entender, seja porque passaram pela mesma situação ou porque têm uma sincera proximidade e carinho por nós.

A dor é um estado temporário que nos diz que algo está errado com nosso corpo ou em nossas vidas.

Aliviar a dor leva tempo e muita ajuda, seja médica ou pessoal. Um pilar essencial para poder mitigar ela é a nossa força de vontade e a ilusão para viver o dia a dia.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.