A técnica May 8 para aumentar a produtividade

A técnica May 8 se baseia no funcionamento dos ritmos ultradianos. Trata-se de um método para organizar as tarefas de forma que possamos aproveitar ao máximo as habilidades do nosso cérebro, protegendo-o das sobrecargas e da fadiga e alcançando uma maior produtividade.
A técnica May 8 para aumentar a produtividade
Sergio De Dios González

Escrito e verificado por o psicólogo Sergio De Dios González.

Última atualização: 22 novembro, 2019

A técnica May 8 se baseia em duas premissas sobre o funcionamento do cérebro. A primeira é de que este órgão, como tudo no mundo natural, trabalha de forma cíclica e não linear. A segunda premissa estabelece que a atenção e a concentração são dois recursos limitados.

Nosso cérebro é, na verdade, inconstante. Ele não está preparado para trabalhar a pleno rendimento o tempo todo.

Os processos naturais são cíclicos. Estes implicam uma série de fases nas quais são desenvolvidos determinados processos. Assim, um ciclo termina para dar lugar a outro novo ciclo. Como a noite e o dia, ou as estações, ou o ciclo menstrual, etc.

A concentração também tem um ciclo, que está relacionado com os ritmos ultradianos, e a técnica May 8 é construída sobre essa análise.

As limitações de atenção têm a ver com o equilíbrio entre as informações que entram e a capacidade do cérebro de processá-las. Nem sempre estamos prontos para receber e lidar plenamente com os estímulos intelectuais. A técnica May 8 leva essa realidade em conta.

É importante esclarecer que, embora a técnica May 8 parta de premissas científicas, não é um método construído pela ciência. Trata-se de um esquema empírico que tem sido aplicado e tem se mostrado muito eficaz para desenvolver tarefas intelectuais.

É particularmente apta para aqueles que trabalham com o intelecto.

“Para reduzir o infinito ao finito, o inacessível ao humanamente real, existe apenas um caminho: a concentração.”
-Théophile Gautier-

As diferenças peças do cérebro

A técnica May 8 e os ritmos ultradianos

Os ritmos ultradianos são processos cíclicos que têm uma duração inferior a 20 horas. Estudando-os de forma específica com relação à concentração e à atenção, estabeleceu-se que o cérebro humano consegue manter a linha de atenção durante 18 minutos. Logo, aparece a distração.

No entanto, o ciclo que marca o tempo de atividade intelectual sustentável e a necessidade absoluta de descanso fica entre 90 e 120 minutos.

Isso quer dizer que conseguimos desempenhar uma tarefa de forma eficiente nesse lapso de tempo e, depois dele, as funções intelectuais diminuem notavelmente. Por isso, é preciso descansar.

Da mesma forma, a técnica May 8 conseguiu estabelecer que os primeiros 220 minutos de trabalho são os mais produtivos de todos. É o momento ideal para realizar as tarefas de maior complexidade.

No restante do período de trabalho, o nosso rendimento intelectual decresce gradativamente. Como aplicar isso ao dia a dia de forma que seja possível otimizar o nosso rendimento? Veremos isso a seguir.

O crucial começo do dia

Nós temos 220 minutos de ouro no começo da jornada de trabalho. É muito importante que tenhamos consciência disso para não haver desperdício.

Muitos começam sua jornada de trabalho revisando notícias do dia, respondendo e-mails ou interagindo nas redes sociais. Uma reflexão: talvez estejamos gastando o melhor momento de rendimento potencial em atividades que não precisam disso.

O melhor é começar o dia realizando tarefas mais complexas e que exijam uma maior criatividade. Temos aproximadamente três horas e meia para aproveitar. O mais adequado seria fazer o seguinte:

  • Primeiro: aquecimento cerebral. O cérebro também precisa de um breve aquecimento antes de começar a funcionar. O primeiro passo, então, é destinar 10 minutos para esse aquecimento. O ideal é planejar o trabalho no dia anterior e revisar o planejamento nos primeiros minutos do dia.
  • Segundo: tarefa complexa. É num lapso de 60 minutos que você deve se dedicar a uma das tarefas mais complexas que precisa fazer. Ou seja, uma tarefa que exija alta concentração ou criatividade.
  • Terceiro: pausa. O que vem a seguir é uma pausa de 10 a 15 minutos. Implica se levantar, esticar as pernas e realizar alguma atividade que não tenha a ver com o que você estava fazendo antes.
  • Quarto: fase dourada. Vêm aí outros 60 minutos de trabalho. Estes são os mais produtivos de toda a jornada de trabalho. Servem para completar a tarefa que havia sido iniciada na fase anterior ou para começar uma nova.
  • Quinto: tarefas de apaziguamento. Nos últimos 10 minutos deste ciclo, você deve fazer tarefas simples, que não exijam muita atenção.
Mulher tomando café no trabalho

O que resta da jornada

O ideal seria que, após estas primeiras três hora e meia, descansássemos. Na maioria das vezes isso não é possível, então teremos que continuar realizando as atividades do trabalho. No entanto, após essa primeira fase de maior produtividade, devemos focar o trabalho de outra forma.

Após um descanso de outros 10 ou 15 minutos, devemos começar um novo ciclo de 210 minutos. Nessa nova etapa não teremos que aquecer o cérebro e devemos nos concentrar em tarefas mecânicas e com um componente físico que pode nos levar a resgatar a ativação do nosso cérebro.

A ideia é realizar tarefas de 40 minutos, seguidas por descansos de 10 minutos.

É claro que nem todos poderão aplicar a técnica May 8 da forma correta. Sendo assim, o mais indicado é adaptar o método a cada situação particular. A verdade é que, após implementar este método, os resultados são incríveis. Tente fazer isso! Muito provavelmente você não vai se arrepender!

Atenção: O que foi exposto neste artigo não é uma regra que serve para todos. Existem diferenças individuais suficientemente importantes para extrair uma lógica desse artigo, e não seu planejamento estrito. Cada pessoa deverá ajustar essa técnica, por exemplo, ao momento do dia no qual se sente mais ativa.


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  • Schwarz, T., Gomes, J., & McCarthy, C. (2013). Anti-productividad, La: Asi como estamos funcionando no está funcionando. Ediciones Granica.

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