Descubra o que é xantofobia
Com base na etimologia grega xhantos = amarelo, phobos = medo), o significado de xantofobia é “medo da cor amarela”. É um medo irracional e raro, caracterizado pela evitação de objetos amarelos ou pela sensação de intensa ansiedade na presença dessa cor.
Agora, devido à sua frequência mínima e à tendência de não impactar significativamente o dia a dia das pessoas, surge a questão de saber se é apropriado classificar esse medo como uma fobia. Quais são as possíveis razões por trás da rejeição amarela e qual poderia ser a abordagem de tratamento? Descubra as respostas neste conteúdo!
Medo irracional da cor amarela: essa fobia é real?
Existem poucas informações científicas sobre o medo excessivo e irracional da cor amarela. No entanto, sabemos que quase qualquer objeto, situação ou mesmo conceito pode se tornar foco de uma fobia, desde que atenda aos critérios diagnósticos.
Neste contexto, de acordo com o DSM-5R (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) uma fobia específica é classificada dentro dos transtornos de ansiedade. Para ser diagnosticada como tal, deve ser evidente um medo intenso de um objeto ou situação específica que, em termos objetivos, é considerado baixo ou sem qualquer perigo.
Além disso, deve haver uma sensação de profundo desconforto na presença de um objeto ou situação, ou uma tendência a evitá-lo ativamente. Esses sintomas devem persistir por pelo menos seis meses.
Por outro lado, para ser considerado uma fobia, o medo deve ser desproporcional à ameaça real representada pelo elemento em questão e ter um impacto negativo e considerável no dia a dia da pessoa, causando uma deterioração geral.
Embora não haja dúvidas de que a xantofobia seja na verdade uma fobia, a verdade é que ela é apenas uma das muitas fobias curiosas e estranhas que alguém pode experimentar. Há pessoas com fobia de botões (koumpounophobia) e outras sentem medo patológico de palhaços (coulrofobia). Os medos podem ser muito estranhos e surpreendentes.
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Sintomas que indicam que você pode ter xantofobia
Como vemos, esse medo apresenta desafios para ser considerado uma fobia. Porém, se de fato for, uma série de sintomas característicos desse tipo de distúrbio deverá aparecer, na presença de objetos amarelos.
Se você suspeitar que pode ter essa condição, recomendamos que leia os sintomas com atenção e use as informações como um teste guia:
Cognitivo
- Pensamentos intrusivos sobre má sorte ligados ao amarelo. “Se eu usar uma camisa amarela na prova, vou me sair mal.”
- Preocupação constante com a presença da cor amarela no ambiente. “Nesta sala há pelo menos quatro objetos amarelos, devo sair daqui com urgência.”
- Medo irracional ao encontrar objetos desta cor. “Espero não passar por nenhum carro amarelo no caminho para a loja.”
Comportamental
- Tendência a evitar lugares, situações ou objetos que possam ter a cor amarela. Por exemplo, não usar roupas desse tom ou rejeitar alimentos que tenham tonalidade amarelada.
- Ajustes nas atividades diárias para evitar o contato com a cor, como atravessar a rua ao ver uma porta amarela ou selecionar produtos de supermercado sem embalagem dessa cor.
- Necessidade de procurar constantemente ambientes “yellow free” para se sentir seguro.
Fisiológico
Ao se deparar com objetos amarelos, uma pessoa com esse problema apresentaria todos ou vários destes sintomas no corpo:
- Aumento da frequência cardíaca.
- Suor excessivo ou tremores.
- Náuseas, tonturas ou dores abdominais.
- Tensão muscular ou sensação de rigidez.
Causas da xantofobia
O medo irracional do amarelo muitas vezes tem origem na superstição de que essa cor está ligada ao azar, crença que pode ter diversas raízes culturais, históricas ou psicológicas.
Algo interessante é que, do ponto de vista da psicologia das cores, o amarelo é a cor mais contraditória, pois representa o bem e o mal. Na verdade, alguns pesquisadores sugerem que essa cor pode gerar reações fisiológicas que também se manifestam na experiência emocional, que pode ser negativa.
No antigo Egito, lhe eram atribuídas conotações positivas, ligando essa cor à felicidade e à prosperidade. Mas, na cultura ocidental, por exemplo, o amarelo tem sido associado à inveja, à traição, ao infortúnio ou à covardia. Na China, simboliza morte e engano.
Deve-se notar que as ideias místicas são frequentemente transmitidas de geração em geração, como parte do patrimônio cultural.
Assim, a crença de que a cor amarela atrai energias negativas pode se enraizar numa pessoa, se o seu contexto familiar ou social o apoiar, mesmo sem respaldo científico.
Nesse sentido, o conceito de aprendizagem vicária (ou social), proposto pelo pioneiro da teoria social cognitiva, Albert Bandura, torna-se muito relevante. Esse fenômeno se refere à aquisição de determinados conhecimentos e atitudes através da observação de outras pessoas, especialmente daquelas pessoas significativas.
Outra possível causa da xantofobia está nas experiências pessoais relacionadas a essa cor. Alguém que passou por eventos infelizes ou traumáticos na presença dessa cor pode desenvolver uma aversão irracional a ela. Essa dinâmica pode ser compreendida através da teoria do condicionamento associativo e da aprendizagem.
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Tratamentos
A escolha da terapia mais adequada para fobias pode depender de vários fatores, incluindo a natureza e a gravidade do medo patológico. No entanto, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) se destaca como uma abordagem de tratamento abrangente e eficaz.
Nesse contexto, costuma-se aplicar a técnica de exposição. Essa estratégia envolve expor a pessoa de forma gradual e controlada ao estímulo ou à situação temida, neste caso, a cor amarela. A exposição pode ser realizada de diversas formas, desde a imaginação guiada até o confronto direto e real com o estímulo.
Contudo, implementar essa técnica para a xantofobia pode apresentar desafios específicos, já que o amarelo pode estar muito presente nos ambientes do dia a dia. Encontrar situações em que a exposição controlada possa ser aplicada pode ser mais complicado, em comparação com fobias relacionadas a estímulos menos onipresentes.
No âmbito da TCC, a reestruturação cognitiva também seria utilizada para corrigir distorções cognitivas ou crenças irracionais associadas a esse medo. Por exemplo, se alguém acredita que o amarelo sempre traz riscos ou perigos, o psicólogo ajudaria a identificar esses pensamentos e a substituí-los por outros mais realistas.
Por mais absurda que possa parecer uma fobia, é fundamental tratá-la
É comum que as pessoas gostem mais de algumas cores do que de outras, inclusive associando-as a emoções ou significados diferentes. No entanto, encontrar alguém que tenha um problema sério com uma cor específica é bastante incomum.
Apesar disso, não parece impossível que uma pessoa desenvolva fobia ao amarelo, principalmente se levarmos em conta a má reputação que esta cor tem em algumas culturas.
De qualquer forma, e independentemente desse medo ser realmente classificado como fobia ou não, caso haja desconforto, é fundamental procurar orientação de um profissional de saúde mental. Esse medo pode ser um indicador de outro problema subjacente ligado à ansiedade, e abordá-lo de forma adequada é crucial para melhorar a qualidade de vida.
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