Quais são os horários de maior produtividade?
Os horários são um fator que influencia diretamente o fato de a produtividade ser maior ou menor. Não somos as mesmas pessoas às 8 da manhã e 12 horas depois. O ser humano não trabalha da mesma forma quando tem 20 dias de trabalho sem descanso e quando tem quatro ou cinco pausas nesse período.
No entanto, também não podemos generalizar. Os horários mais produtivos para alguns podem não ser para outros. Embora existam padrões mais ou menos comuns a todos os seres humanos, a verdade é que a educação e os hábitos também acabam por moldar esses padrões.
O ponto é que a questão dos horários é muito importante para trabalhar de maneira mais inteligente. Isto é, de forma que você possa render mais, investindo menos tempo e esforço. Vamos ver mais informações sobre isso.
“Eu gostaria de poder ficar numa esquina movimentada, de chapéu na mão, pedindo às pessoas que me dessem todas as horas que desperdiçam.”
-Bernard Berenson-
Os horários e os ciclos
O corpo humano funciona por meio de processos cíclicos. Aquela que pode ser considerada a unidade básica é o ritmo circadiano, que compreende 24 horas. Ele determina uma certa regularidade entre o horário de sono e a vigília, ao mesmo tempo em que estabelece picos e vales de atividade, todos os dias, mais ou menos no mesmo horário.
Esses ciclos podem variar de pessoa para pessoa, mas mantêm a mesma lógica. Num “dia circadiano” existem blocos de 90 minutos nos quais há uma maior capacidade de concentração. Pode-se dizer, portanto, que são blocos de máxima produtividade.
Esses blocos são conhecidos como “ciclos ultradianos” e coincidem com os momentos em que o cérebro tem mais energia. Ao final de cada um deles há uma diminuição na qual, simplesmente, nosso nível de produtividade diminui. Eles marcam um momento em que o cérebro precisa de um período de inatividade.
Os horários de maior produtividade do dia
Tendo como base o que foi dito, o ideal é que cada pessoa sincronize os ciclos ultradianos com as tarefas que exigem uma maior concentração ou que envolvem mais complexidade. Da mesma forma, faça coincidir os vales ou momentos menos produtivos com as tarefas mais rotineiras ou que requerem menos empenho intelectual.
Como identificar seus próprios ciclos ultradianos? Não há outra maneira a não ser monitorar a nós mesmos e coletar dados. Todos nós temos uma ideia mais ou menos clara de quais são as nossas horas mais produtivas. No entanto, isso não é suficiente: precisamos especificá-las com mais precisão.
Uma boa técnica para fazer isso é usar uma planilha. Você pode fazer uma linha para cada hora que deseja avaliar e qualificá-la, em uma escala de 1 a 5, dependendo da concentração que conseguiu manter durante aquela hora. Depois de algumas semanas fazendo essas anotações, você terá uma ideia muito clara de como funcionam os seus ciclos ultradianos e vai identificar os seus horários pessoais de maior produtividade.
O que se segue é a análise dos dados obtidos. Organize as suas atividades de forma a tirar o máximo partido dos “picos” de concentração e dos “vales”. Isso irá ajudá-lo a aumentar a produtividade.
Trabalhe menos horas, com mais flexibilidade
Uma pesquisa realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e publicada na revista The Economist revelou dados devastadores. Eles concluíram que quanto mais uma pessoa trabalha, mais a sua produtividade diminui.
Esta é uma má notícia para os amantes dos esquemas clássicos. Revela uma verdade que certamente muitos já perceberam: não é por gastar mais tempo nas atividades que se obtém melhores resultados. Porém, outro fenômeno também pode ocorrer: se você trabalha menos horas, o estresse pode aumentar devido à vontade de realizar a mesma tarefa em menos tempo.
Depois de muito debate sobre o assunto, concluiu-se parcialmente que, mais do que as horas em si, o que mais afeta a produtividade são os métodos de trabalho. Uma pessoa pode ser muito produtiva se tiver o incentivo certo para isso. É possível que você não valorize muito uma hora a menos de trabalho por dia, mas sim ter mais um dia de folga na semana.
Atualmente, muitas empresas e países estão caminhando na direção da redução da jornada de trabalho, tentando fazer dessa mudança um incentivo à produtividade. Além disso, muitas empresas já trabalham por objetivos, e não por tempo. Assim, o trabalhador pode ir embora no momento em que tiver cumprido a sua agenda. O debate está em aberto com uma ideia clara de fundo: trabalhar muito, sem descanso, não é uma boa ideia para ninguém.
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Eguiarte, D. M. (2017). Horarios flexibles como estrategia para mejorar la productividad y reducir la rotación. ACADEMO Revista de Investigación en Ciencias Sociales y Humanidades, 4(2).