Núcleo lenticular: o centro da motivação e do aprendizado

O núcleo lenticular trabalha em conjunto com outras estruturas dos gânglios da base. Suas conexões têm relação com a obtenção e a melhoria de habilidades.
Núcleo lenticular: o centro da motivação e do aprendizado
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 27 janeiro, 2023

Nosso sistema nervoso é cheio de curiosidades, e o núcleo lenticular é uma delas. Trata-se de uma estrutura cerebral subcortical que, entre outras coisas, é a fonte da motivação e do aprendizado. No entanto, quando falamos sobre o núcleo lenticular, não nos referimos a uma estrutura específica, e sim a um conjunto delas.

Neste artigo, falaremos sobre as partes, as características e as funções associadas a esse núcleo. Além disso, abordaremos suas alterações mais comuns e suas consequências. Por fim, também compartilharemos alguns fatos curiosos. Vamos começar!

Núcleo lenticular do cérebro

Quais são as diferentes partes do núcleo lenticular?

Em primeiro lugar, ele deve seu nome ao seu formato de lente. Está localizado abaixo da ínsula e é composto por três segmentos, divididos principalmente em duas estruturas, de acordo com o livro Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso, escrito por Bears, Connors e Paradiso. Essas são as duas estruturas:

  • Putâmen. Sua forma é circular e é o mais externo dos núcleos. Está conectado à substância negra e ao globo pálido, o que facilita a condução de informações entre os gânglios da base, o córtex cerebral e o tálamo.
  • Globo pálido. Também conhecido como paleostriado, se divide em duas partes: externa (ou lateral) e interna (ou medial). Recebe informações do estriado e se projeta no tálamo e no córtex cerebral através dele. Possui segmentos internos e externos.

Então, podemos dizer que o núcleo lenticular é a união de duas estruturas. É composto por massa cinzenta, é cuneiforme e está ligado às cápsulas internas e externas. Nele estão presentes, acima de tudo, o neurotransmissor GABA, a acetilcolina e o peptídeo encefalina.

Aém do núcleo lenticular, quais são as outras partes dos gânglios da base?

  • Corpo estriado
  • Núcleo caudado
  • Núcleo subtalâmico
  • Substância negra
  • Núcleo accumbens

Esses gânglios são um conjunto de núcleos interconectados localizados ao redor do sistema límbico e do terceiro ventrículo. Suas funções estão associadas ao planejamento, à integração, ao controle de movimento, ao aprendizado e à motivação. Lembre-se de que, embora existam divisões anatômicas em cada parte do cérebro, ele não participa de uma única função.

Funções do núcleo lenticular

Suas funções são variadas. A seguir, estão as principais:

  • Motivação. Integra informações, permitindo que conhecimento e estímulos se vinculem. Não é incrível?
  • Aprendizado. Relaciona-se principalmente à aprendizagem processual. Além disso, intervém no processo de categorização, facilitando a organização das informações. Também participa da obtenção e aprimoramento de habilidades.
  • Movimentos. Tem a ver com a automação dos movimentos, pois intervém em diferentes processos, como a habituação. Além disso, participa da manutenção da postura e da coordenação do movimento. Por fim, o putâmen está relacionado ao movimento dos músculos da face e dos membros.

Para desempenhar essas funções, o núcleo lenticular estabelece conexões com o córtex cerebral e com os núcleos talâmicos. Essa comunicação pode ocorrer de forma bidirecional.

Mulher motivada por conquista pessoal

Transtornos associados ao núcleo lenticular

Esse núcleo pode estar associado à demências subcorticais, como aquelas causadas ​​pela doença de Parkinson e pela doença de Huntington. Estas doenças estão associadas à incapacidade ou dificuldade de coordenar e executar movimentos, em repouso ou não, acompanhados por um déficit nas funções executivas e na memória.

Também está associado a distúrbios do tipo psicomotor. Um exemplo disso é, novamente, a doença de Parkinson, já que os gânglios da base são afetados. Também está ligado a outros transtornos do movimento, como a ataxia, a síndrome de Gilles de la Tourette e outros tiques nervosos.

E sse núcleo também está no centro de alguns transtornos mentais, como o transtorno obsessivo-compulsivo, uma vez que tanto o núcleo caudado quanto o putâmen ficam hiperativados. Além disso, o funcionamento anormal do núcleo lenticular também parece ter influência sobre o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, pois interfere na motivação, no aprendizado e favorece o aparecimento de tiques.

Em suma, o núcleo lenticular é essencial para o nosso organismo. Vimos que ele está envolvido em muitas funções diferentes, como a motora e a atenção. Além disso, nos ajuda a ser mais organizados e estruturados com as informações. Assim, aprimora nosso aprendizado.

Suas alterações podem afetar diretamente o nosso bem-estar e, com ele, a nossa qualidade de vida.


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  • Bear, M. F. Connors, B. W., PAradiso, M.A. Nuin, X.U., Guillén, X.V & Sol Jaquotor, M.J. (2008). Neurociencias la exploración del cerebro. Wolters Kluwer/Lippicott Williams & Wikins. Kandel, E. R., Schwartz, J. H., & Jessel, T.M. (2001). Principios de neurociencia. Madrid: McGrawHill Interamericana.


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