Quando nos tornamos adultos?

O que nos torna adultos? Quando ocorre a transição da infância para a vida adulta? Neste artigo vamos responder a essas e outras perguntas interessantes.
Quando nos tornamos adultos?

Última atualização: 15 junho, 2022

As pessoas se tornam adultas quando atingem uma certa idade legal, mas isso não faz com que a pessoa aja como tal ou pense de uma forma que poderíamos chamar de madura. Quantas vezes você já viu ou lidou com pessoas que, apesar de legalmente adultas, ainda agem como se fossem adolescentes ou, pior ainda, como se fossem crianças.

A idade cronológica não é um indicador preciso da idade adulta, pois não depende apenas dela, mas do desenvolvimento integral de outros componentes ou dimensões do ser humano. Nesse sentido, cada pessoa atinge a idade adulta em diferentes idades, cada uma no seu ritmo e tempo.

Quando nos tornamos adultos?

Mulher pensando na felicidade de acordo com Sigmund Freud
Nem todas as pessoas se tornam adultas, embora sua idade cronológica nos diga o contrário.

Em nível sociológico, podemos dizer que uma pessoa é adulta quando é capaz de se sustentar, ou quando iniciou um relacionamento importante para suas vidas, ou quando formou um lar. No entanto, esses critérios não são suficientes para compreender a vida adulta. Nessa fase da vida, outras variáveis também intervêm, como a maturidade psicológica.

Alcançar esse tipo de maturidade depende da relação e consolidação de diferentes elementos constitutivos da vida humana: a construção de uma identidade, a independência emocional e financeira, o desenvolvimento de um sistema de valores e o estabelecimento de relacionamentos saudáveis.

Assim, o início da vida adulta não é determinado por critérios externos, como idade cronológica ou status legal, mas por indicadores internos, como senso de autonomia, autocontrole e responsabilidade pessoal. É mais um estado mental do que um evento discreto (Shanahan, Porfeli, & Mortimer, 2005).

3 características que nos tornam adultos

A idade adulta é definida por três critérios:

  • Aceitar suas próprias responsabilidades.
  • Tomar decisões independentes.
  • Obter independência financeira (Arnett, 2006).

Nos países desenvolvidos, estes objetivos levam mais tempo para serem atingidos e sao percorridos caminhos mais variados do que no passado.

1. Aceitar suas próprias responsabilidades

Tornamo-nos adultos quando somos capazes de responder à vida. Quando somos crianças ou adolescentes, geralmente é outra pessoa que responde por nós diante das questões básicas da existência: alimentação, vestuário, proteção (casa). Quando nos tornamos adultos, somos nós mesmos que devemos nos encarregar de tais demandas.

Além disso, quando entramos nessa nova etapa da vida, somos capazes de supor que a vida não existe para ser vivida ou cuidada por outro, que os problemas não se resolvem sozinhos e que devemos tomar a iniciativa de enfrentar os fatos essenciais da vida.

Da mesma forma, somos capazes de aceitar nossos deveres como cidadãos, filhos, amigos, estudantes ou trabalhadores. Ninguém é responsável pela nossa vida, só nós.

2. Tomar decisões independentes

Tornamo-nos adultos quando paramos de tomar decisões por pressão externa e quando não nos deixamos manipular para escolher algo que afetará nossa existência. Desenvolvemos o pensamento crítico, pensamos por nós mesmos e analisamos bem a realidade antes de decidir sobre algo que seja significativo para nossas vidas.

Como adultos nos tornamos responsáveis ao decidir, porque tomamos consciência da decisão tomada e aceitamos suas possíveis consequências. Nos responsabilizamos porque agimos de acordo com nossos critérios e nossos desejos e valores.

3. Ganhar independência financeira

A independência financeira é necessária quando nos tornamos adultos. Sendo independentes, devemos lidar com as despesas típicas de uma vida autônoma: alimentação, moradia, utilidades, roupas, etc. Este tipo de independência permite-nos mover-nos com maior autonomia e liberdade.

Se uma pessoa não tem independência financeira, então ela não é adulta? Não necessariamente. Lembremos que a vida adulta depende da interação de vários fatores, e não se define pela manifestação de um.

Além disso, existem certas circunstâncias que podem dificultar essa independência, mesmo que a pessoa anseie por ela: o desemprego e a falta de oportunidades de crescimento econômico.

Mulher sentada em um computador
A independência financeira contribui para o desenvolvimento da vida adulta.

A vida adulta

A mudança da infância para a idade adulta não acontece em um instante; é a soma de muitos instantes que ao mesmo tempo podem conter muitos outros momentos. Essa transformação é um processo gradual que se desenrola ao longo de vários anos.

Antes de entrar na idade adulta, passamos por um período intermediário de desenvolvimento que agora é conhecido como adultez emergente. Esta é uma fase de transição entre a adolescência e a idade adulta.

Neste período de desenvolvimento, começamos a implementar iniciativas nas quais somos fornecedores e não receptores. Esta contribuição se refere à consolidação de valores e comportamentos que promovem o bem-estar dos outros, a responsabilidade e a expansão das funções além do eu.

Cinco Características dos Adultos Emergentes

A idade adulta emergente é caracterizada pelo seguinte:

  • A exploração da identidade. É quando começamos a pensar em quem somos, para que trabalhar e que tipo de vida queremos ter.
  • Instabilidade. Os anos após o ensino médio são marcados por repetidas mudanças de residência à medida que nos dirigimos para a faculdade.
  • Reflexão pessoal. Livres da rotina escolar, refletimos sobre o que queremos fazer, para onde queremos ir e com quem queremos estar.
  • Sensação de estar no meio do caminho. Nos sentimos responsáveis por muitas coisas em nossas vidas, mas ainda não somos adultos.
  • As possibilidades. Nesta fase acreditamos que temos uma boa chance de viver “melhor do que nossos pais”.

Finalmente, nos tornamos adultos não quando atingimos uma certa idade, mas quando construímos nossa identidade, temos autocontrole, adquirimos independência, tomamos decisões autônomas e responsáveis, desenvolvemos nosso próprio sistema de valores e somos capazes de estabelecer bons relacionamentos.


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  • Arnett, J. J. (2006). Emerging adulthood: Understanding the new way of coming of age. In J. J. Arnett & J. L. Tanner (Eds.), Emerging adults in America: Coming of age in the 21st century (pp. 3-19). Washington, DC: American Psychological Association
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