Os 10 tipos de crenças mais comuns que moldam nossa maneira de ser

Sejam religiosas, familiares ou políticas, as crenças que temos sobre determinados tópicos estão relacionadas às nossas experiências e história de vida.
Os 10 tipos de crenças mais comuns que moldam nossa maneira de ser
Macarena Liliana Nuñez

Revisado e aprovado por o psicólogo Macarena Liliana Nuñez.

Escrito por Pablo Ramírez

Última atualização: 25 março, 2025

As crenças são parte fundamental do ser humano e seus diferentes tipos se desenvolvem ao longo da vida, influenciando nossas decisões e modo de ser. Da crença em um paraíso após a morte à convicção de que o esforço sempre traz recompensas, essas crenças moldam a maneira como pensamos, sentimos e interagimos com o mundo.

Estamos nos referindo àquelas ideias que consideramos verdadeiras, mesmo que não tenhamos total certeza para prová-las. Essas verdades subjetivas são o resultado de múltiplos fatores, como educação e cultura. Compartilhamos com você as mais comuns e como elas afetam a vida cotidiana.

1. Limitantes

Crenças limitantes são aqueles julgamentos injustificados que fazemos sobre nós mesmos e que nos impedem de atingir todo o nosso potencial. Quando não temos confiança em nós mesmos, é comum que pensamentos negativos obscureçam nossas mentes e nos impeçam de agir. Alguns exemplos comuns incluem:

  • “Não tenho tempo/dinheiro suficiente.”
  • “Não tenho um corpo ou rosto atraente.”
  • “Eu nunca terei estabilidade financeira.”
  • “Eu nunca terei sucesso na vida ou no amor.”
  • “Não sou bom o suficiente nisso.”

Esses tipos de ideias podem controlar nossas vidas e mudar nossa visão do mundo. No entanto, quando abandonamos crenças limitantes e confiamos que temos tudo o que precisamos para ter sucesso, podemos perseverar diante da adversidade, assumir a responsabilidade por nossos fracassos e nos comprometer com nossos objetivos.

2. Potenciadoras

Entre os diferentes tipos de crenças estão as potenciadoras, aquelas que nos motivam a lutar por nossos objetivos e que estimulam o desenvolvimento pessoal. Falamos de convicções que nos dão a confiança extra necessária para enfrentar as dificuldades que podem surgir, além de ativar nossa resiliência e mentalidade positiva. Estas são algumas crenças que nos fortalecem:

  • “O emprego ou a pessoa dos meus sonhos está me esperando.”
  • “Não importa quantas vezes eu falhe, continuarei tentando.”
  • “Meus objetivos podem parecer distantes, mas vou alcançá-los.”
  • “Aprendendo com meus erros posso melhorar minhas finanças.”
  • “Com esforço e dedicação posso atingir meus objetivos.”

De acordo com um estudo publicado no Journal of Education in Values, aquilo em que acreditamos tem o poder de construir ou destruir nossa autoestima e confiança. Portanto, ao trabalhar crenças fortalecedoras todos os dias, promovemos nossas capacidades e desenvolvimento pessoal.

3. Familiar

Cada família é um universo de crenças e valores que são compartilhados entre seus membros de geração em geração. Essas ideias são amplamente influenciadas pela educação, pela cultura e pela maneira como os desafios são enfrentados.

Nem todas as crenças familiares são positivas ou fortalecedoras. Alguns promovem o crescimento e a resiliência, como a ideia de que “o trabalho honesto sempre compensa”. No entanto, outras podem ser limitantes, prejudiciais e cheias de preconceitos, como: “Demonstrar sentimentos é sinal de fraqueza”.

É importante questionar as crenças familiares que nos limitam e adotar outras perspectivas mais alinhadas aos nossos valores.

4. Culturais

O lugar e a época em que crescemos têm um enorme impacto sobre nós. Crenças culturais são as ideias e valores que tomamos como garantidos como parte da sociedade à qual pertencemos. Algumas promovem a igualdade, a solidariedade e o bem-estar. Outras podem perpetuar preconceito, desigualdade ou violência.

Crenças culturais incluem normas sobre como um homem ou uma mulher deve se comportar, quais são as expectativas de sucesso pessoal e familiar ou o que é esperado em um relacionamento romântico. Elas também condicionam outros aspectos, como nossa posição política e como percebemos nossos direitos e os dos outros. Essas ideias podem variar de acordo com a cultura e é válido questionar se elas restringem nossa felicidade.

5. Religiosa

Seja qual for a religião que professamos, nossa fé vem de uma série de crenças que nos ajudam a “guiar” a nós mesmos para alcançar nosso propósito de vida, de acordo com nossa espiritualidade, moral e valores. Elas são transmitidas por meio de textos sagrados, rituais e tradições e variam amplamente entre diferentes religiões e culturas.

Acreditar que “Deus recompensa as boas ações” ou que “ajudar os outros é a nossa missão de vida” nos permite melhorar como pessoas e fomentar valores como a empatia, a solidariedade e a compaixão.

No entanto, há crenças religiosas que não têm um impacto favorável na sociedade, porque só geram discurso de ódio e violência alimentados pelo fanatismo. Por exemplo, afirmações como “homossexuais são pecadores” ou “aqueles que não seguem minha religião estão errados”.

6. Morais ou normativas

São ideias que nos dizem o que é certo e o que é errado com base em nossos valores como pessoa. Por exemplo, desde a infância, os pais incutem nos filhos regras como “não minta”, “não roube” ou “trate todos com respeito”, que ajudam a orientar as crianças a tomar boas decisões todos os dias.

Essas crenças são grandemente influenciadas pela religião, educação e cultura de cada pessoa. Além disso, elas mudam com o tempo. O que até algumas décadas atrás era considerado moralmente inaceitável, como o casamento entre pessoas do mesmo sexo ou o aborto induzido, hoje não é mais visto sob a mesma lente normativa e conservadora.

7. Transmitidas pela educação

As crenças que adquirimos na escola e depois na universidade podem influenciar nossa mentalidade, autoestima e aspirações, e até mesmo nos tornar conscientes de problemas sociais.

Elas são tão úteis quanto as limitantes. Se um professor diz ao seu aluno que ele é bom em álgebra, isso pode motivá-lo a melhorar. No entanto, conceitos errôneos como “o sucesso só vem com boas notas” ou “a matemática é mais valiosa que a arte” podem permanecer com as pessoas até a vida adulta.

8. Limitadas pela experiência

Um antigo ditado espanhol diz que “o diabo sabe mais porque é velho do que porque é o diabo”. A experiência é uma grande professora na vida e pode nos fazer generalizar uma situação do passado e transformá-la em uma regra.

Uma mulher que passou por várias infidelidades em sua vida amorosa pode chegar à ideia de que todos os homens são iguais. Ou uma pessoa que tentou abrir um negócio e falhou pode pensar que não é boa em negócios.

9. Científicas

São os tipos de crenças baseadas em estudos, evidências e testes verificáveis que nos permitem explicar e dar significado a determinados fenômenos. Assim, as crenças científicas incluem o impacto das mudanças climáticas, a eficácia de vacinas e medicamentos, ou a evolução das espécies.

Embora sejam apoiadas por dados convincentes, há pessoas que podem questioná-las devido às suas crenças culturais. Por exemplo, os adeptos da Terra plana acreditam firmemente que a Terra é plana, e os antivacinas alegam que as vacinas não são seguras.

10. Populares

Esses tipos de crenças são opostas às científicas, pois são baseadas principalmente em superstições ou tradições orais transmitidas de geração para geração. Embora geralmente sejam inofensivas, muitas pessoas podem levar essas ideias muito a sério.

Algumas delas incluem superstições populares, como acreditar que passar por baixo de uma escada ou quebrar um espelho traz sete anos de azar, tocar em madeira pode trazer boa sorte e carregar amuletos previne o mau-olhado.

Os tipos de crenças moldam nossa maneira de ver a vida

Desde crenças limitantes e fortalecedoras até culturais e religiosas, as ideias que tomamos como certas nos permitem tomar decisões que estão alinhadas com nossos valores e experiências.

Tenha em mente que as crenças podem causar distorções em nosso pensamento, o que pode prejudicar nossa autoimagem e emoções. Com o tempo, elas são percebidas como verdades absolutas que afetam nossas escolhas e bem-estar. Portanto, lembre-se de que é importante questionar suas crenças, para que elas não o limitem ou afetem outras pessoas.


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