Os tipos mais comuns de assédio no trabalho
Poucas coisas podem ser mais prejudiciais para a saúde mental do que sofrer com uma situação de mobbing por um longo tempo. Há estudos que afirmam que essas experiências se traduzem em transtornos de estresse pós-traumático. Os tipos de assédio no trabalho podem ser muito sutis no início, mas aos poucos vão ganhando força até afetar o equilíbrio psicológico.
Por exemplo, pode ter acontecido de você perceber que não está mais no grupo WhatsApp da empresa, que não recebe mais convites para jantares ou atividades fora do trabalho. Você também pode perceber que seus colegas começam a delegar a você tarefas que eles não desejam fazer. Tudo isso forma um cenário de intimidação.
Estamos falando sobre situações que geralmente começam como uma pequena bolha. No entanto, aos poucos, esse pequeno incômodo aumenta e se torna crônico. Por fim, nem as sextas-feiras nos trazem tranquilidade, porque já estamos pensando no que nos esperará na segunda-feira. O problema em muitos casos é que a pessoa acaba abandonando o emprego para deixar de vivenciar esse tipo de situação (Piñuel e Cantero 2002).
Tipos de assédio no trabalho que você deve conhecer
Podemos definir o assédio no trabalho como a intimidação repetida e prolongada por chefes e subordinados contra um funcionário da organização.
O mobbing que é realizado por colegas recebe o nome de abuso horizontal. No caso de ser executado por subordinados, estaríamos lidando com um assédio vertical-ascendente. Por fim, uma forma muito comum de assédio moral é o bossing, ou seja, o assédio que é exercido por parte da direção.
Agora já sabemos quem podem ser os indutores, mas é essencial conhecer quais são os tipos de assédio no trabalho. Enfatizamos isso porque é muito possível que, neste momento, muitas pessoas estejam vivendo experiências desgastantes em seus postos de trabalho, sem que tenham consciência de que estão em uma situação de mobbing. Vamos analisar esse assunto com mais detalhes.
1. Discriminação: a rasteira constante que nos impede de seguir em frente
Um dos tipos mais recorrentes de assédio no trabalho é aquele que levanta muros e cercas como obstáculos para a sua projeção profissional.
Um exemplo disso é ver seus colegas recebendo propostas ou oportunidades que são negadas a você. Por algum motivo, que ninguém compartilha explicitamente com você, sua folha de pagamento permanece congelada, enquanto você nota a melhoria da qualidade de vida ao seu redor.
2. O que você é e faz é inútil (desvalorização)
Você é fã de certas séries ou filmes? Em um contexto de assédio, seus colegas ou chefes sempre subestimarão tudo que desperta a sua paixão. Eles não apenas irão desprezar o que define você, como você se veste ou o que você pensa, mas seu trabalho raramente será apreciado, por mais que você se esforce.
3. Você não é ninguém ou não existe (isolamento no trabalho)
No início, falamos do fato de que, às vezes, um funcionário é retirado repentinamente do grupo WhatsApp da empresa. Isso costuma ser um exemplo de isolamento no trabalho, mas existem outras formas e dinâmicas:
- Ver como os colegas nos deixam no vácuo (não falam conosco, nos evitam, etc.).
- Raramente contam conosco na equipe de trabalho.
- Durante os intervalos, ninguém conversa ou faz qualquer comentário conosco.
- Não somos informados de compromissos, reuniões, eventos relacionados ao dia a dia do trabalho.
4. Os tipos de assédio no trabalho: excesso ou ausência de tarefas
Sem dúvida, esse é um dos tipos de assédio mais comuns. Consiste em perceber como, de repente, recebemos um volume maior de tarefas. No entanto, também é comum que aconteça o oposto. Às vezes, é comum perceber que recebemos tarefas que podem ser degradantes para a nossa categoria profissional.
Por exemplo, um pesquisador em um laboratório de repente fica encarregado de fazer a logística, a coleta de amostras ou o trabalho de limpeza.
5. Insultos, falta de respeito, boicote ao seu trabalho
O tipo mais evidente de mobbing é aquele em que a intimidação é clara, direta e dolorosa. Estamos nos referindo, por exemplo, aos insultos, aos empurrões casuais no corredor, à submissão a situações ridículas, aos boicotes ao nosso trabalho, etc. Todos esses são fatores que nos deixam mal.
Às vezes até podemos ver vários colegas de trabalho se juntarem para tornar miserável a vida de outra pessoa por puro prazer, inveja ou discriminação.
Essa intimidação diária aumenta o risco de que a pessoa que sofre o abuso acabe desenvolvendo um transtorno de estresse pós-traumático, como explicado em vários estudos (Mikkelsen, EG e Einarsen, S, 2002).
6. Os tipos de assédio no trabalho: culpa
Se acontecer um incidente, um problema ou se algum erro for cometido, a culpa será sua . Nesse tipo de situação, devemos ter consciência de uma coisa: uma forma de minar o equilíbrio psicológico de uma pessoa é desgastá-la mentalmente. Para isso, culpar um trabalhador por tudo o que acontece (e o que não acontece) costuma ser uma técnica efetiva.
7. Fofocas e rumores que difamam
Outro dos tipos mais nocivos de assédio no trabalho é aquele que se baseia em espalhar rumores infundados. Nada tem tanto poder em um ambiente de trabalho quanto as fofocas e os boatos . Eles servem para unir o grupo e humilhar a vítima. Não importa o tipo de difamação, não importa que o boato seja totalmente falso e infundado, o que importa é fazer mal e invalidar o outro.
Para concluir, hoje em dia o mobbing ou assédio psicológico no trabalho continua a ocorrer com muita frequência. Essas dinâmicas, esses cenários contaminados de negatividade, abuso e boicote, não deixa apenas vítimas em seu rastro. Tudo isso afeta a produtividade e, principalmente, a saúde física e psicológica das pessoas.
Vamos acabar com a cultura do assédio, não façamos parte dela e, se sofrermos com isso, não devemos pensar duas vezes antes de tomar medidas legais e pedir ajuda.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Carbo, J. A. (2017). Understanding, defining, and eliminating workplace bullying: Assuring dignity at work. New York: Routledge.
- Davenport, N., Schwartz, R. D., & Elliott, G. P. (1999). Mobbing: Emotional abuse in the American workplace. Ames, IA: Civil Society Publishing.
- Peralta, M. C. (2004). El acoso laboral-mobbing-perspectiva psicológica. Revista de estúdios sociales, (18), 111-122.
- Piñuel, I. (2003). Mobbing: cómo sobrevivir al acoso psicológico en el trabajo. Ed. Punto de Lectura. Madrid.
- Piñuel, I., & Cantero, A. O. (2002). La incidencia del ‘mobbing’o acoso psicológico en el trabajo en España. Resultados del barómetro CISNEROS II® sobre violencia en el entorno laboral. Lan Harremanak. Revista de Relaciones Laborales, (7).