O diagrama de Ishikawa para solucionar problemas

O diagrama de Ishikawa é um recurso muito interessante para descobrir quais fatores são a origem dos nossos problemas. Embora essa ferramenta costume ser usada em processos de qualidade das empresas, ela também é útil no campo do crescimento pessoal.
O diagrama de Ishikawa para solucionar problemas
Valeria Sabater

Escrito e verificado por a psicóloga Valeria Sabater.

Última atualização: 02 dezembro, 2021

O diagrama de Ishikawa, também conhecido como diagrama da espinha de peixe, é uma ferramenta essencial nos processo de qualidade de uma empresa. Graças a esse instrumento, é possível analisar os problemas existentes ao esclarecer as causas que o originam. Ao mesmo tempo, permite que os grupos de trabalho entendam quais obstáculos estão impedindo o potencial da organização.

Ao ver o nome dessa técnica de análise já intuímos que sua origem não é exatamente anglo-saxã. Os japoneses são ótimos estrategistas comerciais e, se boa parte de seus produtos, suas tecnologias e seus recursos se encontram em posições de destaque no nosso mercado, é por algum motivo. Foi Karou Ishikawa, químico industrial japonês e administrador de empresas, que introduziu essa ideia em 1943.

Hoje em dia, Ishikawa é considerado um dos grandes gurus nos processos de qualidade de qualquer organização. Além do famoso diagrama de peixe para analisar a causa dos problemas em uma empresa, devemos a ele outras coisas.

Ishikawa foi uma das primeiras vozes a enfatizar a necessidade de introduzir o controle de qualidade total (CTC) na produção. Deveriam participar desse controle todas as pessoas que compõem um local de trabalho, desde os mais altos dirigentes até os cargos mais baixos.

Para ele, qualidade era sinônimo de responsabilidade, ética e educação. Se alguém negligenciasse esses princípios, as metas não eram alcançadas. Ao mesmo tempo, toda a equipe de trabalho precisa, segundo essa abordagem, de recursos para poder monitorar seus progressos, assim como os problemas e obstáculos existentes. O diagrama de Ishikawa é um deles. Vamos conhecer essa ferramenta a seguir.

 “A primeira preocupação de qualquer empresa deveria ser a felicidade das pessoas que estão nela. Se as pessoas não se sentirem felizes, o rendimento será deficitário e essa organização não merecerá existir.”
-Kaoru Ishikawa-

Kaori Ishikawa

Em que consiste o diagrama de Ishikawa?

Embora seja verdade que o diagrama de Ishikawa é usado, sobretudo, no âmbito empresarial, podemos usá-lo em muitos outros contextos. Afinal de contas, não deixa de ser uma boa estratégia mental com a qual podemos analisar as causas dos problemas.

No entanto, é interessante conhecer suas duas vertentes ou âmbitos de aplicação. Por isso, vamos analisar em detalhes as maneiras de usar o famoso diagrama de peixe idealizado por Kaoru Ishikawa.

O diagrama de causa e efeito no âmbito empresarial com equipes de trabalho

Qualquer empresa, por menor que seja, enfrenta seus desafios cotidianos com uma efetividade maior ou menor. Uma maneira de ganhar eficácia é saber enfrentar os incidentes, assim como os problemas e as discrepâncias que podem surgir a qualquer momento.

O diagrama de Ishikawa pode nos ajudar a resolver esses contratempos com sagacidade. Estes são os segredos.

  • Devem estar presentes todos os membros da organização (ou um representante deles).
  • Em primeiro lugar, deve-se definir o problema. Por exemplo, a baixa produção do último trimestre. Essa será a cabeça do peixe ou o efeito.
  • Uma vez definido o problema, procede-se à elaboração das espinhas do peixe, que vão definir as causas.
  • Para isso, deve-se seguir o esquema que será apresentado, o qual mapeia os pontos de análise ou reflexão:
    • Métodos.
    • Máquinas (equipamento).
    • Pessoas (trabalhadores).
    • Materiais.
    • Administração.
    • Ambiente de trabalho.
  • Cada pessoa deve contribuir sugerindo quais são, na sua opinião e de acordo com a sua experiência, as causas que deram origem a esse problema. A partir daí, passa-se para a realização de um brainstorming até criar um grande diagrama causal com o qual será possível observar o que está errado na empresa.
  • O último passo é o mais decisivo: resolver. É preciso dar uma solução a esses desafios identificados entre todos.
O diagrama de Ishikawa

Diagrama de Ishikawa para nosso crescimento pessoal

Assim como já afirmamos, o diagrama de Ishikawa pode ser retirado do âmbito social e empresarial para se tornar uma estratégia adequada à área do crescimento pessoal.

Basicamente, estamos diante de uma ferramenta que serve para identificar as causas desses efeitos que limitam, no momento presente, o nosso bem-estar. Portanto, podemos aplicá-la em praticamente qualquer cenário de nossas vidas.

Mas de que modo podemos aplicá-la no nosso dia a dia? Como essa ferramenta pode ajudar a promover nossa felicidade ou nossa capacidade de alcançar determinadas metas de vida? Para descobrir, devemos levar em consideração os seguintes passos.

  • Determinar nossa preocupação, medo, barreira emocional ou problema. Por exemplo: eu me sinto estressado.
  • O segundo passo, como já sabemos, consiste em dar forma às espinhas do peixe (que vão mapear as causas que podem ter originado o efeito, nesse caso, o estresse). Para isso, podemos nos basear nas seguintes categorias:
    • Como eu uso meu tempo?
    • Qual imagem eu tenho de mim mesmo? É boa?
    • Qual tipo de pensamento eu costumo ter?
    • Quais são as pessoas que compõem o meu entorno diário?
    • Estou fazendo alguma coisa para me sentir melhor?
Jovem escrevendo com criatividade

O último passo do diagrama de Ishikawa aplicado ao campo do crescimento pessoal ou do bem-estar é o mais importante. Uma vez que tivermos conseguido detalhar melhor e ter consciência do que está originando nosso mal-estar ou quais são as realidades que representam um obstáculo para conseguir o que queremos (seja reduzir o estresse, atingir uma meta ou realizar uma mudança), é o momento de pensar em soluções.

Realizar o famoso diagrama do peixe não servirá para nada se isso não nos permitir iniciar melhorias. Portanto, devemos utilizar esse recurso original em benefício próprio. É um valioso exercício de análise que também nos convida a exercitar a criatividade ao promover melhorias, ao permitir que o peixe avance por um oceano mais iluminado, feliz e repleto de oportunidades.


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  •  Ishikawa, Kaoru (2006) Prácticas de los círculos de calidad. Madrid: Tecnologías de Gerencia y Producción
  •  Ishikawa, Kaoru (2009) ¿Qué es el control total de calidad? La modalidad japonesa. Madrid: Editorial Norma

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