10 razões pelas quais um filho adulto rejeita sua mãe

Recorrer às mães geralmente é feito em busca de apoio. No entanto, existem famílias em que as crianças, quando adultas, evitam isso. Aprenda as principais causas e o que pode ser feito a respeito.
10 razões pelas quais um filho adulto rejeita sua mãe

Última atualização: 08 agosto, 2024

Os relacionamentos entre pais e filhos são os laços mais antigos e profundos que estabelecemos. Eles marcam e condicionam as diversas ligações que criamos em cada fase da vida. Embora essa influência geralmente seja especial desde a infância, às vezes não acontece assim, levando a casos como o de um filho adulto que rejeita a mãe.

E embora para alguns pareça impossível não ter a figura materna, às vezes isso é percebido como algo negativo.

A que se deve essa raiva? Talvez devido a adversidades passadas, conflitos que não podem ser resolvidos ou ressentimentos. A seguir exploraremos esses e outros motivos, bem como veremos o que podemos fazer para restaurar o vínculo.

1. Traumas e situações adversas na infância

As experiências que vivemos na infância passam a nos marcar na idade adulta, principalmente se forem acontecimentos muito intensos ou negativos. Por exemplo, eventos que incluem negligência parental ou abuso dentro da família causam uma ferida profunda que é difícil de curar.

Se o abuso foi cometido pela mãe, ou ela sabia, mas não fez nada a respeito, a reação mais comum na infância é rejeitar qualquer tipo de contato. Afinal, é uma forma de proteção contra um acontecimento e uma pessoa que causou muita dor.

2. Problemas de saúde mental

Os problemas de saúde mental tendem a limitar o relacionamento com outras pessoas. É mais provável que isso ocorra nas pessoas mais próximas, como a mãe ou outros membros da família.

O isolamento e a aversão aos outros é algo que se expressa frequentemente entre pessoas que sofrem de algum transtorno mental, como depressão, ansiedade ou psicose. Aplicado ao caso de um filho adulto com diagnóstico, fica evidente a rejeição ao cuidado e à ajuda que sua figura materna pode oferecer.

3. Dificuldades em estabelecer uma comunicação fluida

A comunicação difícil é uma das disfunções mais prevalentes nas famílias. É possível que ocorra entre todos os seus membros, mas quando ocorre entre pais e filhos, certas consequências costumam se destacar.

Por exemplo, embora os filhos sintam que as mães não os compreendem ou que não adianta contar-lhes coisas, vivem com a ideia de que os filhos são rebeldes, desconfiados ou indiferentes. Seja como for, esses problemas têm, na maioria dos casos, solução através de um processo de terapia ou mediação.

4. Conflitos não resolvidos

Se os problemas não forem tratados, tornam-se enraizados e a sua resolução torna-se complicada. Os problemas de ciúmes, atitudes possessivas ou controladoras em relação aos filhos são alguns exemplos de conflitos familiares que estão por trás do desprezo e da rejeição para com a mãe.

5. Sentimentos de raiva ou ressentimento

Sentimentos negativos em relação a outra pessoa tornam mais difícil estabelecer um relacionamento. Em particular, emoções como raiva, raiva ou ressentimento causam forte rejeição e uma atitude defensiva.

É normal que uma criança ocasionalmente fique brava com a mãe, da mesma forma que acontece o contrário. Mesmo assim, esses momentos costumam ser temporários e então ocorre a reconciliação. Mas se o conflito se prolongar por muito tempo, torna-se uma questão a ser abordada. Na verdade, esses sentimentos são motivo frequente de consulta em terapias familiares.

6. Percepção de falta de apoio

Em tempos difíceis recorremos a quem sabemos que nos ajudará a ser melhores. Quando somos pequenos olhamos, em primeiro lugar, para os nossos pais, pois são as figuras de referência. E à medida que crescemos passamos a considerar outras pessoas, sem deixar de lado nossos pais.

Porém, se a criança não percebe a mãe como uma figura de apoio, é provável que, à medida que crescer, a rejeite e recorra a outras pessoas sempre que precisar de ajuda. Ela pode até relutar em ajudar a mãe se ela precisar.

7. Saltos geracionais

Entre pais e filhos existem diferenças geracionais impossíveis de remediar. Isso, por si só, não é ruim, pois cada pessoa tem um ponto de vista diferente dependendo da época vivida.

Com base nisso, as crianças podem sentir que os problemas que enfrentam nada têm a ver com os das suas mães. É verdade que cada geração enfrenta circunstâncias diferentes, mas a experiência dos anos proporciona conhecimentos que, se soubermos apreciá-los, são de grande ajuda.

8. Expectativas não atendidas

Todos os pais têm expectativas em relação ao desenvolvimento e às conquistas que seus filhos alcançarão. Se forem rígidos e realistas, aumentam a motivação e o afeto, mas se forem demasiado exigentes, terão o efeito oposto. Além disso, impor metas corre o risco de gerar sentimentos de desprezo e deteriorar o relacionamento com os filhos.

O que acontece, segundo um artigo da Universidade Nacional da Colômbia, é que as expectativas dos pais em relação aos filhos são influenciadas pelas suas próprias experiências. Como uma cascata, as crenças sobre como uma pessoa deveria ser são transmitidas de geração em geração. E às vezes, para quebrar o padrão, esse é um dos motivos pelos quais um filho afasta a mãe.

9. Necessidade de autonomia

Às vezes, quando o filho adulto rejeita a mãe, sugere-se que subjacente a esse comportamento está a necessidade de ser independente. No final das contas, o que prevalece é uma forma de reivindicação e separação, principalmente quando a dinâmica conta com altas doses de superproteção e controle por parte da figura materna.

Tenha em mente que o processo de individuação é positivo, pois é assim que aprendemos a ser adultos maduros. No entanto, não consiste em rejeitar ou negar os nossos pais, e sim em confiar neles de uma forma mais autônoma. Quando esse processo ocorre na forma de rejeição, a reação habitual da mãe é aumentar o controle e a vigilância.

10. Triangulação ou alinhamento com o outro progenitor

A separação é um acontecimento que tem impacto nas crianças. Se os pais souberem administrar, o filho demonstrará carinho por ambos e terá um bom relacionamento com eles. Por outro lado, também é possível que os pais contribuam para que a criança desenvolva uma relação desigual, e a criança prefira excessivamente um e desvalorize o outro.

No contexto de separações conflituosas é conhecida como síndrome de alienação parental. Ainda assim, é preciso ter cuidado com esse termo. Com o nome “síndrome”, podem ser mascaradas situações de abuso ou conflito familiar, como se fosse um problema individual que o menor desenvolve.

Como melhorar o relacionamento entre uma mãe e seu filho adulto que a rejeita

Mesmo que você sinta que seu filho adulto o está rejeitando, a boa notícia é que o relacionamento não está perdido. É possível tentar consertar com pequenas alterações. Abaixo sugerimos o que fazer a respeito.

  • Façam atividades de lazer juntos: encontrar espaços comuns para realizar uma atividade lúdica é uma ótima ideia para se aproximar dos filhos. Não precisa ser algo extraordinário, qualquer plano que seja agradável para ambos é suficiente.
  • Tenha uma comunicação aberta: tente melhorar a quantidade e a qualidade da comunicação. Não se trata de forçá-lo a contar tudo, e sim de estar disponível para discutir assuntos incômodos que afetam vocês dois. Para isso, é fundamental potencializar a empatia e a escuta ativa.
  • Valide os sentimentos: em todo conflito existem duas posições e cada parte tende a manter a sua de forma rígida. Porém, essa atitude leva a perpetuar a dinâmica prejudicial e não favorece o relacionamento. Pelo contrário, fazer um esforço para ter empatia e tentar compreender os motivos do outro é uma forma mais adequada de melhorar o vínculo.
  • Permita espaço e distância: às vezes, quando uma criança se distancia é porque há necessidade de intimidade ou de tempo para se conectar com ela. Embora isso possa ser irritante para algumas mães, essa decisão deve ser respeitada. Além disso, nesses casos, exercer pressão sobre a criança aumentará o distanciamento e a rejeição em relação à figura materna.

Se tudo mais falhar, você sempre pode tentar a terapia.

O relacionamento com os filhos é um assunto complicado, principalmente se eles são adultos e têm problemas com os pais desde pequenos. No entanto, os laços podem ser reparados fazendo esforços para manter uma comunicação aberta e respeitando os espaços uns dos outros.

E se os conselhos aqui apresentados não bastarem, está sempre aberta a possibilidade de recorrer à terapia familiar orientada por um especialista. Tenha em mente que quando um filho adulto rejeita a mãe, é porque há aspectos aos quais devemos prestar atenção. Não fazer isso apenas complicaria a abordagem e acentuaria a desconfiança.


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